Você já ouviu falar em claro-escuro. Técnica usada pelos pintores do Renascimento, o chiaroscuro se define pelo contraste entre luz e sombra na representação de um objeto.
Hoje, 16/05/2015, pedalando por quase 70 km e começando bem cedo, vi
várias vezes este efeito.
Como ao subir a serra da Mutuca, depois de Amparo, ao
olhar para direita o sol surgia por trás dos altos morros e deixava a frente
deles sem cores.
Ou ao sair
da cobertura de uma mata vi o pasto resplandecendo numa encosta. Os
claros-escuros se repetiam numa beleza maravilhosa.
Mas meu foco
era o Quilombo, vale escondido entre as serras, naturalmente escuro e fechado
aos brancos e a claridade.
Mas naturalmente
não é só isso. Nasce naquele recanto profusão de girassóis como para atrair sol
e esplendor.
As casas de pau-a-pique na encosta da serra tem na porta de entrada um banco feito de bambus para os pretos mais velhos quentarem sol e fixarem os minerais nos corpos cansados.
E na festa? Não pense que só encontrei escuros,
havia brancos e negros.
Como a linda negra Rosana, de Pinheiral, de olhar faceiro.
Ou brancos como Davy Alexandrysk, grande fotógrafo e o judeu de alma mais preta que já vi.
Poetas negros de alma branquinha, como Airton, de Valença.
E a grande
beleza do povo brasileiro, a mistura do claro-escuro, os mulatos.
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