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domingo, junho 14, 2015

Santo Antônio do Rio Grande, a festa e o vento.

Corremos como o vento.

Há muito ele faz parte de comparações: o vento acariciou minha face ou estava a favor do vento.
Nosso pedal à festa de Santo Antônio do Rio Grande, nestes dias 13 e 14/06/2015, teve uma grande participação do vento. Olhe como ele jogava longe as fagulhas.

No século XVIII, com a Era da Ciência, ele perdeu toda sua poesia. Revelaram que é só o resultado de uma frente fria, mais pesada, descendo e empurrando o ar quente, e mais leve, fazendo o ar se mexer. E passava gelado por nós vindo do rio Paraíba. 

Antes era mais romântico. Os gregos lhes davam nomes próprios, como Zéfiro e Bóreas. Os gaúchos ainda falam do Minuano como menino traquinas que fica levantando os vestidos da gurias.
Seja como for ele soprou em nossa volta enquanto subíamos os morros que com esforço nos levam ao alto da Mantiqueira. 

Correu a nossa frente até Falcão e levantava poeira na estrada de chão até Carlos Euler. 

O Sol o mantinha aquecido. Mas então, enquanto almoçávamos tivemos de fechar a porta de vidro para que a comida se mantivesse quentinha. E como estava gostosa!
Na subida para Augusto Pestana até o vento Sací apareceu redemoinhando e fazendo estripulias. 

Na bifurcação entramos à direita e tocamos pelo outro lado da serra, à sombra, e ele ficou mais frio mexendo nos galhos das árvores. 

Chegamos a Bocaina de Minas e paramos para tomar sorvete e beber água. Não estávamos suados, mas a aragem constante parece que nos desidratava. Um sossego tão grande nos cercava tirando de nossa mente as preocupações do dia a dia. E o vento as levava pra longe.

Estávamos no último trecho do primeiro dia, na estrada para Santo Antônio do Rio Grande. Com festa acontecendo desde o dia anterior o chão era puro talco e os carros levantavam nuvens de pó. Nesta hora o vento nos ajudava espalhando-o rápido e levando-o embora. 

Entramos na cidade cheia de gente e corremos para a Casa Paroquial no largo da igreja, no alto. Igual ao vento moleque fiz arte subindo a fogueira.

Depois do banho e da troca de roupa saímos para ver a chegada daquele que serviu a Deus com tanta devoção, tornou-se um exemplo para seguirmos e merece nossa admiração e reverência. 

Mas precisamos vestir agasalho porque a temperatura baixava rapidamente e o vento tornava a sensação térmica mais fria.


A missa aqueceu nossos corações, os fogos alegraram nossos olhos e a fogueira espantou o frio.

A temperatura baixou até 8°, mas não notamos, dormíamos sob cobertores descansando para a volta no dia seguinte. O vento rondava lá fora.      

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