Corremos
como o vento.
Há muito ele faz parte de comparações: o vento acariciou minha face ou estava a favor
do vento.
Nosso pedal
à festa de Santo Antônio do Rio Grande, nestes dias 13 e 14/06/2015, teve uma grande participação do vento. Olhe como ele jogava longe as fagulhas.
No século
XVIII, com a Era da Ciência, ele perdeu toda sua poesia. Revelaram que é só o resultado de
uma frente fria, mais pesada, descendo e empurrando o ar quente, e mais leve,
fazendo o ar se mexer. E passava gelado por nós vindo do rio Paraíba.
Antes era mais
romântico. Os gregos lhes davam nomes próprios, como Zéfiro e Bóreas. Os
gaúchos ainda falam do Minuano como menino traquinas que fica levantando os
vestidos da gurias.
Seja como
for ele soprou em nossa volta enquanto subíamos os morros que com esforço nos
levam ao alto da Mantiqueira.
Correu a nossa frente até Falcão e levantava
poeira na estrada de chão até Carlos Euler.
O Sol o mantinha aquecido. Mas
então, enquanto almoçávamos tivemos de fechar a porta de vidro para que a
comida se mantivesse quentinha. E como estava gostosa!
Na subida
para Augusto Pestana até o vento Sací apareceu redemoinhando e fazendo estripulias.
Na bifurcação entramos à direita e tocamos pelo outro lado da serra, à sombra, e
ele ficou mais frio mexendo nos galhos das árvores.
Chegamos a Bocaina de Minas
e paramos para tomar sorvete e beber água. Não estávamos suados, mas a aragem
constante parece que nos desidratava. Um sossego tão grande nos cercava tirando de nossa mente as preocupações do dia a dia. E o vento as levava pra longe.
Estávamos no
último trecho do primeiro dia, na estrada para Santo Antônio do Rio Grande. Com
festa acontecendo desde o dia anterior o chão era puro talco e os carros
levantavam nuvens de pó. Nesta hora o vento nos ajudava espalhando-o rápido e
levando-o embora.
Entramos na cidade cheia de gente e corremos para a Casa
Paroquial no largo da igreja, no alto. Igual ao vento moleque fiz arte subindo a fogueira.
Depois do banho e da troca de roupa
saímos para ver a chegada daquele que serviu a Deus com tanta devoção, tornou-se
um exemplo para seguirmos e merece nossa admiração e reverência.
Mas precisamos
vestir agasalho porque a temperatura baixava rapidamente e o vento tornava a
sensação térmica mais fria.
A missa
aqueceu nossos corações, os fogos alegraram nossos olhos e a fogueira espantou
o frio.
A temperatura baixou até 8°, mas não notamos, dormíamos sob cobertores
descansando para a volta no dia seguinte. O vento rondava lá fora.
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