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quinta-feira, março 29, 2007


Passeio à Conservatória
Ou 12 horas em cima de uma bike



Imagine uma pessoa malhando o dia inteiro na academia. Provavelmente isto não exista, mas para quem faz mountain bike é uma prática bem comum. Neste domingo, 25/03/2007, nos encontramos ainda bem cedo para pedalar por mais de 50km até Conservatória, a cidade das serestas.

A estrada ainda estava coberta de nevoeiro e o ar estava frio, o que nos dava mais vigor e desejo de sair logo da cidade nos embrenhando na roça. O grupo era formado por doze aficionados do pedal, alguns jovens e outros mais vividos, como eu, Manoel, Dunga e João Bosco.

Chegamos rápido em Amparo e quando vimos que a rapaziada demorava, seguimos em frente entrando na trilha da fazenda Bonsucesso.

O verde do capim que foi bem molhado neste verão cobria os pastos ao lado da estrada e subia as colinas que faziam moldura ao céu azul.

Em S. José do Turvo não demoramos nada e seguimos para Conservatória. O sol já começava a arder os braços. Animados entramos por uma das duas ruas do vilarejo e fomos direto ao calçadão escutar o seresteiro Ronaldo tocar Ave Maria no cavaquinho.

Então, fomos almoçar. As bicicletas ficaram encostadas umas as outras dando uma impressão de amizade e força.

Dentro, numa mesa comprida que mais parecia uma távola de cavaleiros, sentamos para nos fartarmos de frango com quiabo acompanhado de ótimo arroz com feijão e polenta. Comida deliciosa de D. Cida.

Para fazer digestão pedalamos até o parque da Cachoeira da Índia. O lugar está meio abandonado, mas nos refrescamos nas águas marrons escuras.

Depois foi voltar com rapidez, já pensando no sossego da casa da gente e de um bom descanso para recomeçar o trabalho no outro dia. Mas sempre deu para tirar uma foto na jaqueira, por onde voltamos.

terça-feira, março 20, 2007




COMPETIÇÃO EM RESENDE ou
REFLEXÕES EM CIMA DUMA BIKE



Neste domingo, 18/03/2007, eu e Lili fomos de carro até Resende. Deixei-a na casa de nossos sobrinhos, Marlene e Maércio, e pedalei até o Parque das Água na avenida que beira o rio Paraíba do Sul. A manhã estava ótima para um esforço grande, nublada e fresca. Fiz minha inscrição no meio de mais de 80 ciclistas.

A largada repete aquela tensão que deixa a gente cheio de energia. Faltou uma música de competição bem alta, como acontece nas largadas em Barra Mansa. Rodamos pela estrada de terra que vai para Bulhões acompanhando o Paraíba. Nesta primeira meia hora fico hiper-respirando, mais pela ansiedade do que pelo esforço. Daí, entramos por caminhos de fazenda.

Nos sobe e desce dos caminhos de barro e pedra fiquei pensando no meu trabalho, as preocupações com um mercado muito competitivo e dispersivo que nos obriga a estar sempre reformulando o jeito de trabalhar e oferecer nossos produtos e serviços. Isto tudo sem se desligar da trilha irregular, sempre ligado na mudança das marchas e ainda olhando a paisagem linda que se descortina no meio do nada. O córrego Barranquinha me acompanhava lá de baixo.

De repente, uma ambulância passa por mim sem nenhuma cerimônia me apertando no caminho estreito. Lá na frente ela parou esperando os competidores. A presença de um apoio deixa, lá no fundo da mente, mais tranquilo.

Se o caminho era ruim imagine quando a ponte era só um toco e um bambu servindo como corrimão? Você teria coragem de passar montado na bike? Eu não!

Depois entramos na estrada Rialto-Resende. Finalmente uma estrada de chão, mas boa para veículos de duas e quatro rodas que subia sempre antecipando longas descidas até o vale do rio Paraiba, muito longe ainda.

Com 3 horas de pedalada firme, só parando para beber um gole d’água ou tirar uma foto rápida do riacho Barranquinha, cheguei na Boca do Leão, lugarejo de sítios espalhados, com um botequim para vender cerveja, cachaça e refrigerante. Estava esgotado e já me sentindo sem forças pra correr outros 17km. Mas um cheiro de carne tostando na brasa me levou a um grupo de alegres camaradas que naquele lugar perdido jogavam conversa fora. Contando uma história instrutiva, consegui ser convidado para comer uma carninha que estava uma beleza de salgada. Dali foi correr para a faixa de chegada.

Então, com o estômago forrado, sem sentir tanto a dor nos músculos trapézio das costas e cheio de animação, vi a cidade de Resende acomodada aos pés das Agulhas Negras. Ainda estava longe, mas o fim da competição estava mais próximo.

Enquanto corria para a reta final ainda parei para tirar uma bela foto do rio Paraíba no meio da tarde. Bem, já dá pra ver que com esta folga toda eu não ganhei nenhum troféu – e olha que era bem bonito, todo dourado.

sábado, março 17, 2007


PASSEIO DO CLUBE BIKE ADVENTURE

Acontece espaçadamente, mas é sempre aguardado o passeio do clube do pedal de Volta Redonda. Neste domingo, 11/03/2007, ciclistas de todas as idades, tanto homens como mulheres, se concentraram em frente da prefeitura. Enquanto aguardavam a saída falavam do que andam fazendo, do que acrescentaram às suas máquinas e trocam novidades sobre colegas de anteriores pedaladas.

Depois, todos se formam na rua, recebem últimas instruções de segurança e é dada a partida. É especialmente bonito quando o grupo em fila indiana faz uma curva para mudar de rua enquanto alguns colegas tomam conta do trafego.

Observe o sorriso no rosto desses garotos.

Passamos a ponte sobre o rio Paraíba do sul, que corre tranqüilo esses dias por causa da estiagem.

Seguimos pelo bairro do Retiro, ansiosos para sair fora da cidade e entrar nas estradas da roça.

A trilha começa ao lado da Fundação Beatriz Gama que acolhe e cuida de menores carentes.

As meninas não fazem feio no meio dos marmanjos e pedalam alegres e decididas mostrando que estão com bom preparo físico.

Aí começa o sobe e desce da estrada de chão com os mais afoitos e os mais treinados se distanciando do grupo.

Saímos na estrada para Amparo e todos aproveitam para beber água gelada e descansar.

No fim da trilha do Peixe paramos para outro descanso e para tomar uma bebida energética.

Passamos pelas hortas bem cuidadas de Santa Rita de Cássia onde pessoas de pouca instrução estão fazendo seu pé de meia e dando trabalho a muita gente.

E quando parece que todas as dificuldades haviam se acabado saímos do asfalto que nem bem tínhamos entrado e seguimos por uma trilha que até um cão feroz tinha.

Levando a bike nas costa concluímos o pedaço mais difícil e final do passeio.

quinta-feira, março 08, 2007


TODA PEDALADA É IGUAL

Discordo e provo, me dê apenas uns minutos do seu tempo. Neste domingo saímos eu, Manoel e o amigo Pedroso – que faz excelentes sanduíches de pão de forma com queijo prato e presunto.

Já não era tão cedo, mas para chegar em S, Luiz (o ponto de encontro) 6:30 acordei às 4:45. Também, me aprontei, fiz comida pra Malu, fiz café e tomei e ainda a levei para passear na rua.

Tomamos o caminho por trás do motel Jóia e pelejamos com a subida da jaqueira. Um grupo de motoqueiros passou por nós levantando poeira. Resolvemos envolver a grande jaqueira que precisa de mais de seis homens para rodeá-la de braços abertos.
Foi aí que apareceu um touro descomunal que avançou para o nosso grupo parando a poucos metros da gente e abaixando a cabeça ameaçadoramente.
Mas parafraseando Che Guevara: É preciso tremer de medo, mas perder a coragem, jamais. Daí, avancei para o bruto e alisei sua testa de onde tinham tirado seus chifres.

Descemos a serra e no encontro da estrada de Dorândia um vento frio varava pela estrada banhada de sol criando uma estranha sensação.

Por todo o caminho, pelo alto da serra ou por entre vales, enfrentamos um terrível obstáculo: a escória que estão jogando em todas as estradas de terra. É verdade que ela elimina as costelinhas dos caminhos de chão que acabam com os carros, mas para os ciclistas é um perigo terrível.

Paramos em São José do Turvo onde encontramos os motoqueiros e conversamos com dois anciãos, seu Eduardo e seu Eugênio com quase 80 anos – Eduardo é fumante até hoje, vai explicar isso.

Seguimos para Amparo pela estrada da fazenda Bom Sucesso e sem parar no lugarejo fomos até a fazenda Santana do Turvo onde fizemos outro lanche.

Depois seguimos pela trilha do Peixe e voltamos pra casa. Andamos mais de 70km em 6h, foi um bom exercício para mantermos nossos corpos em dia enquanto vivíamos novas experiências.