Pesquisar este blog

quarta-feira, maio 30, 2007


Aventura e Turismo em Ipiabas e Conservatória

A manhã de domingo estava fria mas o sol já aparecia entre umas poucas nuvens. Chegando no ponto de encontro ouvi sirenes, eram os bombeiros que pararam ali perto para socorrer um cara que bateu o carro num coqueiro quase em frente ao quartel da PM. Foi um aviso: cuidado com a trilha!

Saímos cinco: Dunga, Manoel, Jessé, João Bosco e eu. O frio apertava, entretanto já suavamos pelo esforço de pedalar forte no asfalto. Em pouco entramos na estrada de chão.

Estávamos na expectativa de ser alcançado por um grupo mais jovem: Ivete, Mhae, Luciano e Marquinhos. Logo eles passavam por nós e só nos encontramos na padaria de Dorândia. Dali saímos para subir a trilha da Avestruz.

Passamos por uma linda fazenda e seguimos pela trilha estreita que subia aos poucos até a serra se descortinar na frente da gente. Avisamos João Bosco, que nunca tinha passado por ali, que aquela serra enganava. Quando parecia que chegamos ao alto, depois de uma curva, ela subia ainda mais e mais. Porém, a beleza de chegar lá em cima compensa tudo.

Depois, foi descer até chegar em Ipiabas. Nos arredores, visitamos a Pousada do Castelo. O salão parece aquele dos encontros dos antigos cavaleiros andantes, que agora somos nós.

Fui sagrado Conde Adralkula III.

Sem demora, pois a fome apertava, saímos em disparada para Conservatória onde fizemos um lauto almoço.

Visitamos o belo hotel Vilarejo e depois de um breve descanso corremos pra casa sob uma chuva fina. Foram 125 km e 10:30 h com a bike. Eta exercício puxado!

segunda-feira, maio 21, 2007


Passeio à Bananal

Com uma chuva caindo a noite toda levantei domingo com a certeza de que a pedalada até Ipiabas tinha ido “pro vinagre”, mas ficar sem andar com minha bike é inadmissível, assim pensei em andar pelo asfalto, longe da lama, e Bananal veio logo a cabeça. Ainda estava escuro e pra quem liguei deu contra, só João Bosco aceitou o convite. Às 7h, com uma garoa abençoando o novo dia, saímos em demanda de Barra Mansa e a fronteira entre o Estado do Rio e São Paulo.

A estrada, de costume tranqüila, estava cheia de cavaleiros indo para um encontro em Barra Mansa. E enquanto pedalávamos discutíamos os mais diversos assuntos, como um ensinamento do livro O Segredo que diz que quando desejamos muito uma coisa o Universo (ou Deus ou os mentores espirituais) se alinham para que nossos anseios se concretizem. Pode ser!

Seguimos sem pressa parando para tirar fotos nas belas fazendas que infelizmente estavam fechadas à visitação.

A manhã estava ótima para pedalar, sem muito sol e com uma aragem que tornava o esforço do exercício um grande prazer. Já dentro das terras de São Paulo nos desviamos por um caminho que anunciava pinga da roça e rapadura, era a fazenda Resgatinho. Seu Afrânio nos recebeu com simpatia, abriu o bar e ficamos proseando sobre tempos em que o pessoal da roça carregava facão, revólver e um parabelum apoiado no braço. Parece que os tempos não mudaram muito, afinal.

O lugar é uma beleza, mais parece um galpão com carro de boi, um monjolo de triturar milho usando a força da água e um carneiro de levar água para o alto usando o peso da própria água. Muita dessas coisas vai voltar agora que os motores estão ficando mal falados pro causa dos combustíveis. Esta foto mostra um minério de ferro que se forma naturalmente em bolas que são chamadas de cabeça-de-nego.

Discutimos a influência cultural sobre a geografia de um lugar. Quando a gente passa a fronteira entre Rio e São Paulo, apesar da estrada ser a mesma, sentimos as pessoas, as construções e o próprio ar diferente como se todo o acúmulo de experiências e vivências dos paulistas, diferentes dos fluminenses, marcasse tudo em volta e desse pra ver e sentir.

Acabamos chegando em Bananal e atravessamos as ruas margeadas por antigos casarões. Aproveitamos para visitar a mais antiga farmácia do Brasil e tiramos fotos em frente a velha igreja e a estação ferroviária que foi construída em módulos de aço vindos diretamente da Bélgica.

Era tempo de voltar, o céu começava a ficar negro anunciando ou chuva ou frio. O passeio nos fez andar mais de 80km, deu pro gasto.

segunda-feira, maio 14, 2007


Festa no Quilombo São José


Desde que soube da festa passei a planejar minha ida e pensar em como convencer meus colegas do pedal a me acompanhar. Nesta semana consegui organizar tudo e fomos. Saímos às 6:30 deste sábado, véspera do Dia das Mães.

Não sei bem o que tanto me atrai nos costumes afro-brasileiros. Lili, minha esposa, diz que devo ter sido escravo em outra vida. E isto foi tema de muita conversa enquanto pedalávamos em direção à Sta Izabel do Rio Preto. Mas falamos de outros assuntos, como o compartilhamento de músicas e livros pela Internet e da quebra da patente de propriedade do remédio contra a AIDS feita pelo nosso governo.

Entramos no vilarejo acolhedor com a rua principal calçada de pedras irregulares, seu casario antigo e a paz e tranqüilidade que cerca o lugar. É de lei, quando passamos por aqui, fazer uma visita ao Ronaldo, dona da pousada e presidente do Clube dos Jeepeiros da região. Ai está ele cercado pelos 4 cavaleiros: Manoel, João Bosco, Dunga e eu. Ele nos deu mais algumas informações sobre as trilhas da região: como, por exemplo, a que chega ao vale das bromélias no alto da serra da Beleza. Um dia vamos lá.

O asfalto acabou e entramos na estrada de terra que vai para Conservatória e, depois da terceira ponte, na bifurcação, tomamos o caminho do Quilombo.

Mas não sem antes dar uma olhada na bela cachoeira que rola altaneira e refrescante para banhar o caminhante ou o pedalante cansado. Entretanto o tempo premente não permitiu um banho relaxante.

Depois de algum sobe e desce de ladeiras escutamos o batuque do jongo e logo estávamos no recinto da festa. Camerasman estrangeiros registravam cenas, filmavam danças e entrevistavam os anciãos da comunidade de ex-escravos, como o velho negro, “seu” Bento, conversando com Dunga.

Depois de tomar um trago de cachaça purinha “bati” um prato de feijoada que estava uma beleza. O pratão de feijão com todos os miúdos, arroz, couve fininha, farofa e pedaços de laranja foi servida por negras velhas e moças roliças. A princípio sentei numa cadeira, mas com os vapores da pinga na "moringa" achei mais confortável sentar no chão.

domingo, maio 13, 2007


Ficamos um pouco por ali, mas o tempo não parava e, diferente de toda aquela gente que passaria a noite dançando ao calor de uma fogueira, precisamos voltar. Levamos 6h e meia para ir de Volta Redonda ao Quilombo e levamos 4h na volta. Porém, a noite nos pegou pelo caminho e enfrentar os faróis alto no meio do escuro deixa a gente em cima da bike totalmente desnorteado. Mas chegamos todos bem e prontos para outra aventura.

quinta-feira, maio 10, 2007


Passeio do Clube Bike Adventure 05/2007

Os encontros do Clube são bons porque se encontra bikers que há muito não víamos. No domingo 06/05/2007 a galera estava toda na frente da prefeitura conversando e colocando as novidades em dia. Ouvimos algumas considerações de Zoreia e saímos em fila pelas ruas da cidade.

Logo, o grupo com novatos e acostumados ciclistas, avançava e parava como uma procissão de formigas que às vezes suspendem o trabalho para trocar informações.

Então, saindo do asfalto entramos no mundo natural de estrada de terra, cercas que protegem pastos e plantações e ouvindo o canto de pássaros sob um céu azul magnífico enquanto as águas do manso rio do Peixe acompanhava nosso avanço.

Quando os mais experientes iam se separar para dar uma volta mais longa, os novatos corajosamente decidiram acompanhá-los. E toca a subir encostas e descer destrambelhados para as veredas. Em certo ponto do caminho, debaixo da sombra de um bambuzal, fizemos o lanche.

Aqui, saimos da estrada Quatis-Amparo e entramos por esta porteira. A subida da serra de São José foi um esforço que com certeza alimentou todas as células daqueles corpos que amam a aventura e a natureza. Lá de cima vê-se a Pedra Selada esmaecida e os viadutos da ferrovia do aço.


E assim o grupo entrou pelo caminho cercado de árvores que leva ao sítio e pensão de D. Marina. Como estava gostosa aquela comida caseira feita em fogão de lenha!



Num dia ensolarado tomar um banho no remanso que tem lá nos fundos do sítio faz bem ao corpo e a alma tanto dos ciclistas mais velhos, como o João Bosco, como dos mais novos, como Tiago e Leonardo.



Quando dava tempo de reparar no ambiente em volta e percebíamos o vento balançando a copa das árvores sentíamos intensamente a experiência de viver num planeta cheio de vida e raro neste Universo. Este foi mais um passeio que nos deixou animados, confiantes e felizes. Veja no rosto do colega Jorge tudo o que todos nós sentíamos.