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quarta-feira, março 31, 2010


Canto A Volta do Boêmio há tanto tempo

e só ontem, 28/03/2010, pedalando para 7 Quedas, me dei conta da razão do sucesso desta canção. Foi assim: A serra da Bocaina vigiava nosso avanço lá de longe quando eu e João Henrique alcançamos o barramansense Bruno. Dai fomos conversando.

Em dado momento Bruno disse: Minha mulher vê as fotos das minhas pedadas e diz que não entende por que vou tão longe. Então lhe disse que quando comecei a pedalar minha Lili dizia a mesma coisa, mas agora apoia meus "pedais". Foi quando me lembrei da música Boemia.
Esta foto é uma das coisas inesperadas que vemos nas pedaladas: um tatu cavando sua toca.

Comecei a cantar, tipo seresta, a segunda parte. "Acontece, que a mulher que floriu meu caminho de ventura, meiguice e carinho, dando vida ao meu barracão, me abraçou e beijando me disse a sorrir: Meu amor você pode partir, não esqueça o capacete não..."

terça-feira, março 30, 2010


O que percebi então, já cantando baixinho pra mim mesmo enquanto subia a serra resfolegando, é que enquanto a primeira parte fala do boêmio: "Boemia, aqui me tens de regresso e suplicante lhe peço a minha nova inscrição. Voltei pra rever os amigos que um dia, eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão..."; a segunda parte fala da mulher dele.

E esta música é um grande elogiu a mulher companheira, aquela que é completa em si mesma e dá espaço para seu amigo, seu homem, procurar seu caminho. Ela diz assim: "Vá rever os seus rios, montes e cascatas [como a gente faz indo a 1300 metros de altitude, no alto da serrania], vá sonhar em novas pedaladas, e abraçar teus amigos leais..."

Esta mulher decantada em Boemia não é a mesma de Amélia, a mulher que se sacrifica por seu companheiro. Não, o sonho de todo homem que precisa sair de casa e ver os amigos e praticar um esporte em que sonda seus limites físicos e psicológicos, é a que dá incentivo para ele crescer espiritualmente e cumprir o seu destino.

É uma mulher que sorrindo e nos beijando diz assim: "Vai embora pois me resta o consolo e a alegria de saber que depois do 'pedal' é de mim que você gosta mais". Bonito, hem? Tão bonito como as cores da Natureza lá no alto da serra.

domingo, março 07, 2010


DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS E DOIS AMIGOS

Só na matemática A = B,
e a momentos em que nós mesmos A1 < A.
Então, neste sábado, 06/03/2010, depois de amanhecer chovendo o amigo Jorge me chamou para a pedalada planejada, ir ao Clube Náutico de Pirai. Eram dois amigos, mas os pesos eram diferentes. No caso com pesos quero dizer capacidades.

Os protetores dos ciclistas firmaram o tempo e pedalamos até Passa Três sob um céu nublado e com um vento brincalhão que refrescava o corpo suado. O jovem Danilo de Lídice nos acompanhou por um pedaço do caminho. Paramos na padaria e fotografamos a velha farmácia.

Jorge anda num ritmo diferente do meu, muito mais forte. Acostumou-se a pedalar de pé e as subidas para ele parecem descidas. Como podem dois ciclistas com condições físicas tão diferentes fazer o mesmo percurso. Um jeito é chegar lá no alto e ficar na sombra esperando pacientemente o retardatário. Mas impaciente amigo preferiu outra solução. Chegava lá em cima e voltava ao meu encontro. Subia voando novamente e logo estava de volta. Assim conseguimos chegar ao Clube Náutico de Pirai. Duas medidas chegando juntos.

É um lugar de paz e sossego. Muito verde tendo como pano de fundo a represa e os barcos que deslizam pelo labirinto de canais entre morros. Depois de uma extenuante pedalada com boas subidas a quietude do lugar é um refrigério.

Almoçamos e descansamos naquele paraíso. Mas faltava fazer a outra metade do circuito. Assim deixamos o Clube e pedalamos conversando sobre variados assuntos. Interessante que o assunto mais freqüente neste pedal foi a influência de colegas mulheres que eventualmente pedalam conosco.

Como as estradas de chão estão muito molhadas com chuvas quase diárias optamos por disputar a Dutra com o tráfego pesado de caminhões. Fizemos perto de 100 km em seis horas de pedalada. Aí está, dois amigos, com preparo físico e idades bem diferentes pedalaram juntos, ou quase, por belas trilhas. Foi só pararmos para um sorvete que os senhores da natureza soltaram a chuva que caiu aos borbotões.