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terça-feira, janeiro 30, 2007


Dificuldade no Alto de Rio Claro

“Divirta-se! Não pense que biking é um esporte sofredor. Procure explorar seu divertimento com a bicicleta, praticando em trilhas boas, com amigos e sem pressão nenhuma. Biking é uma terapia usada por muitas pessoas no mundo que não competem, somente se divertem!”. Esta declaração está no site www.trilhaseaventuras.com.br/atividades/superdica.asp?id_atividade=5&id=74

Foi com esse espírito que saímos nesta manhã bonita deste verão nublado. O trajeto até Getulândia é curto, 7km, mas tem de tudo um pouco: subidas pesadas, descidas eletrizantes e belas fazendas e paisagens.

Bem, não foi por falta deste triste aviso, um tamanduá atropelado na rodovia dos Trabalhadores, que não antecipamos as dificuldades que íamos enfrentar. Me agachei perto do animal e admirei sua robutez e pensei em todos os perigos que ele enfrentou e sobreviveu até encontrar um carro pela frente. Como era uma curva pode-se esperar que quando o motorista viu não pode evitar a batida, mas Dunga, que desconfia sempre da maldade humana, disse que é bem possível que um desalmado tenha jogado o veículo em cima do bicho.
Continuamos a pedalada sem nem desconfiar do que vinha pela frente.

segunda-feira, janeiro 29, 2007





Mas a pedalada estava ótima. Passamos pelo Roma, seguimos até Getulândia e dobramos à direita com as montanhas da Bocaina nos observando lá do alto. Era tudo euforia, adrenalina bombando na cachola.
Logo na frente passamos por uma patrulha da Força de Segurança Nacional. Rapazes do Mato Grosso e do Amazonas dando serviço e incerta no estado do Rio de Janeiro.



Entramos na estrada de terra molhada pela chuva de muitas noites cheios de alegria. A placa avisava que lá na frente estava o sertão do Hortelã, mas não seguimos naquela direção – ficou para outra vez – entramos a esquerda: Ah, pra quê!

Meus amigos, aquilo não era um mountainbike para se divertir. Era um downhill para nos fazer sofrer. Foi subir e subir, enfiar o pé na lama e escorregar e não ver nunca o fim daquele inferno.
Os 3 últimos são: Dunga, Manoel e eu fotografando.

Chegamos no topo. Um topo curtinho, a descida já começava mal se acabou de subir. Oba, agora é com a gente mesmo! É descer voando, com o vento afagando o rosto da gente feito a nossa querida companheira nos esperando em casa. Ledo engano, diante da turma apareceu uma descida que era cross puro.
O site Trilhas e Aventuras ensina: “Examine e analise cuidadosamente a pé as descidas que você ainda não conhece. Vale a pena gastar tempo estudando os trechos mais técnicos antes de despencar com a bike. Na hora da descida tudo acontece muito rápido. Você deve se manter relaxado, sem estar ansioso”. E deu tempo?

Então foi ruim? De jeito nenhum! Mas foi muito perigoso. Alguns colegas saíram com arranhões e pernas raladas. Porém, quando chegamos no belvedere bem em cima de um pedaço do calçamento feito pelos escravos a muitos anos atrás o panorama era deslumbrante. Curtimos a beleza que a natureza fez para nós seguindo os mandos divinos.

Com os braços e pernas doendo, mais de carregar a bike do que de pedalar, chegamos a Rio Claro. Era hora de relaxar e fazer um lanche.

Depois, deixamos a cidade para trás e pelo asfalto voltamos pra casa. Os músculos que doiam não eram os mesmos de outras pedaladas, também depois de um esforço desses!

A bike chegou suja feito um salão de festa depois que os convidados vão embora. Era hora de lavar a “menina” antes da gente mesmo lavar a roupa e os corpos cansados. Foi mais um passeio – “passeio???” – legal.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

VISITANDO CONSERVATÓRIA

Amanheceu domingo. Neste dia da semana minha mania é pedalar. Acordei ainda escuro, levei Malu pra passear, tomei café e fui encontrar os colegas no Voldac. Lá, encontrei Manoel e um novo companheiro de pedalada, Carioca. E saímos para ir à Amparo, já que era a primeira saída do novo amigo. Mas ele foi logo avisando: “Gente, eu estou acostumado a pedalar e faço caminhada e academia todo dia”. Será que ele conseguiria nos acompanhar até Conservatória, são quase 55 km até lá?

Mas chegando em Amparo vimos que o colega estava em boa forma e fomos para S. José do Turvo passando pela fazenda Bonsucesso, onde existe uma criação de jacaré. A manhã estava ótima para andar de bicicleta e vimos grupos de ciclistas por todo o trajeto. O Sol estava escondido pelas nuvens.

Chegamos no Turvo e tomamos uma cerveja sob protestos de Manoel que não admite cervejada durante o passeio ciclístico. O lugar é tão calmo que o relógio parece andar mais devagar.

Como estava todo mundo se sentindo bem resolvemos seguir para Conservatória. O caminho é bonito, com rios que correm ao longo da estrada, belos bambuzais dando sombra e magia e antigas casas da roça.

Quando mais se avançava para longe da cidade grande mais encontrávamos as evidências de um tempo passado que ainda coexiste com a modernidade, como o carroceiro e o leiteiro.

Quer coisa mais antiga do que encontrar uma boiada seguindo pela estrada?

Todo o trajeto é de pouca dificuldade. As subidas passam pelas partes mais fáceis das serras que cruzamos até Conservatória. A serra da beleza nos acompanhou de longe, imponente, nos desafiando para visitá-la e ver suas belezas lá de cima.

Chegamos na bela Conservatória, perdida no tempo, as ruas movimentadas pelos turistas que apreciavam as lembranças bonitas, comiam das comidas bem preparadas e assistiam embevecidos os seresteiros falarem de saudade, amor e coisas belas da vida.

Depois do almoço farto, mais cerveja e um pouco de descanso pegamos o caminho de volta. Fizemos o trajeto de 105km num bom tempo, 6h e 40m de pedaladas. Com as paradas o passeio demorou de 7h até 18h. Que exercício fantástico e que higiene mental, meus amigos! Pegamos uma chuvarada fria quando já estávamos em Sta. Rita do Zarur.

O novo colega não desapontou, mas como Manoel recriminou suas constantes tragadas e as cervejas que nos tirou dos antigos hábitos, é uma incógnita se vamos continuar contando com a companhia do alegre Carioca.

domingo, janeiro 14, 2007

Sozinho na Fazenda da Grama
Quando abri meus olhos hoje, saindo daquele vale estranho do sono profundo, ainda estava escuro e Lili pediu que ficasse mais um pouco na cama. Mas e a vontade de montar a bike e sair pela estrada? Depois de ficar mais um pouco entre os lençóis levantei, vi que não estava chovendo e me aprontei pra pedalar. Liguei pros colegas e cadê? Ninguém a fim de sair. Dei um passeio com Malu e fui. Tomei o caminho do Roma. Depois da subida da saída de Volta Redonda passei pela Casa da Custódia. Pensei nos meus irmãos engaiolados lá e eu solto neste mundo lindo que Deus fez pra gente.
Crentes já estavam em suas igrejas, lendo a Bíblia, falando de Jesus e Orando, enquanto eu passava com minha bike. Cada um com sua necessidade, não é fato?

Pelo caminho velhos casarões de fazenda. Resolvi chegar perto de uma delas. Subi pelo caminho do curral e encontrei seu José Marques tirando leite no curral. Ele ficou admirado de se ver na máquina, sentado no seu banquinho de uma perna só. E perguntou, mostrando conhecimento do mundão que corre lá por fora: Esta é a que aparece na televisão? A tal digitel?
É "seu" Zémarques, dê o nome que quiser a mais esta traquitana moderna, mas nada é tão eficiente quanto o banquinho de uma perna só que o sr. amarra na sua bunda.

Tirei fotos do casarão. Sabe qual é o nome desta fazenda? Te digo: Cabeceira do Brandão. Para quem não mora em volta Redonda, é bom explicar que o tal Brandão não era um coronel, mas o rio que nasce ali perto.

Ali nasce o pequeno rio que corta nossa cidade e deságua no rio Paraíba do Sul. A nascente ainda está no meio da mata, naquele grotão ainda envolto na neblina. Parece que as águas brincalhonas surgem num mundo de fadas e duendes, os guardiões da natureza.

Subi a serrinha e sai em Getulândia, por trás. Assim, no alto, ainda parece uma vila antiga. Continuei até o trevo e entrei para Arrozal. No caminho a velha igreja (conforme me informaram) de S. Joaquim da Grama.
Está abandonada, é uma pena. O lugar pertence a Rio Claro e foi construida pelo rico comendador Joaquim José de Souza Breves e inaugurada em 1809. Segue o estilo neoclássico com seu frontão triangular e as duas torres simétricas.
Existe plano para reformá-la, veja o site
www.civil.uff.br/casaroes/capelagrama/

Em pouco chegava na fazenda da Grama, bem cuidada, mas sem numa atividade que lhe dê vida. O lugar é cheio de casas de veraneio. Pensei em ir lá passear com a Lili. Tem uma lanchonete balneário com uma cascata que deve ser ótima para tomar banho no calor.

As águas represadas pela Light se espalham por entre os morros formando um espelho que reflete o céu.

Não sei se pela noite de chuva ou pelo ar úmido, quando passava por entre eucaliptos altos o cheiro balsâmico era intenso e eu enchia os pulmões com ele. Apesar da chuva a estrada estava ótima, é arenosa, nem sujei a bicicleta. Logo adentrei em Arrozal.

Daí foi correr pela Dutra, subir a Serrinha e entrar para casa. Não resisti a colocar lado a lado a bike e o belo cavalo. Lili me esperava. Era bom estar de volta em casa, mas matei a vontade de pedalar.

terça-feira, janeiro 09, 2007


Pedalada até o Rio Preto

Nos encontramos às 6:30 em frente ao colégio Manoel Marinho. Éramos 4 ciclistas animados com a perspectiva de subir a serra da Mantiqueira: Dunga, Manoel, Pedroso e eu. O dia começava cheio de luz e a natureza convidava a sair de casa e da cidade e ir para longe, para o meio do reino dela.

Depois de atravessar Barra Mansa entramos na Dutra e seguimos para Floriano vendo o rio Paraíba cheio correndo lá fora. Na parada em Floriano comemos jambo colhidos numa árvore carregada. Seguimos para Porto Real e Quatis com o Paraíba ainda ao nosso lado. Atravessamos a velha ponte de ferro com um dia bonito, sem chuva e com um Sol comportado.

Aí começamos a subir a serra em direção a Falcão. Até aqui era tudo asfalto. Também com a chuva contínua a gente estava fugindo das estradas cheias de lamaçal. Foi só o tempo melhorar um pouco que era um passar de ciclistas e motociclistas procurando a natureza e o sossego da serra.

Em Falcão ainda assistimos o final de uma competição ciclística em Interlagos, mas logo continuamos até encontrar o belo rio Preto correndo calmo com sua cor de caldo de cana escuro. Passamos a divisa de Minas Gerais e dobramos à esquerda seguindo ao lado do rio até a pousada Colibri. O almoço não foi bom, mesmo para quem estava cheio de fome como nós. O tratamento da dona do lugar foi o de quem não precisa dos clientes. Mas não tem nada não. Lá tem uma ponte feita de galhos e que balança enquanto a gente atravessa por ela que quando se deixa a visão do rio correndo por baixo impressionar a cabeça da gente parece que estamos voando de lado.

Seguimos pela estrada de chão. Pedroso levou um tombo quando numa curva deu com o gado deitado tranqüilo no meio do caminho. Na frente encontramos um pessoal acampado e logo depois entramos de novo no Estado do Rio por uma ponte onde o rio Preto estronda impetuoso. O belo rio parece gente, ora anda calmo e sobranceiro ora espuma cheio de raiva por entre as paredes de pedra que o apertam.

Chegamos em Fumaça onde fizemos um lanche e tocamos para Quatis. Depois de subir um resto de serra vê-se o vale do Paraíba se desdobrando lá em baixo e começa uma descida perigosa que não pode ser feita a toda por causa das pedras soltas. Voltamos a andar ao lado do Paraíba, passamos por Quatis, pegamos a Dutra e chegamos em casa com o corpo doído, mas satisfeito com o exercício e o contato com o mundo natural.