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segunda-feira, março 30, 2009


Uma noitada às véspera de uma pedalada tem seus custos. Edinho, vulgo Maluco, um atleta experiente, na pedalada de São João Marcos, sentiu-se mal por causa de uma noite de sábado cheia de cerveja. O mesmo me aconteceu neste domingo, 29/03/2009. O clube BikeAdventure marcou um passeio, 8:00 h na prefeitura. Meu despertador interior me fez pular da cama exatas 8:00 h. O que atrasou meu despertador subconsciente? No aniversário de um sobrinho tomei muita cerveja com lingüiça, carne mal passada, frango e pão de alho. Às 3:00 h da matina acordei com dor na nuca e pressão à 15x10. Tomei meu Torlós H e tentei dormir, a dor nas costas piorava. Procurei um Dorflex e não achei nem umzinho pra remédio. Peguei a bike e fui na Vila. Ali mesmo o atendente me arranjou água e engoli o comprimido. De volta tirei a pressão 16x11, tomei outro anti-hipertensivo. Voltei a deitar e apaguei. Meu acordador automático entrou em pane. A turma já estava na praça (foto do colega Fabiano).

Só encontrei a turma já chegando a Vargem Alegre. Lá estava o casal, Tiago e Tatiana, que há muito tempo não pedalávamos juntos. Os dois Rafael que não via há meses pedalavam lado a lado trocando novidades.

Na praça de Vargem Alegre paramos para um lanche e decidir que caminho tomar. Conversei com Fabiano que não via há um mês, Luciano que teima em dizer que sou um ideal para ele – chegar aos 60 anos pedalando –, Zoreia, João Bosco e Sérgio e o amigo Reginaldo que me presenteou com o livro Quem me Roubou de Mim.

Tocamos pra Dorândia. Tanto os veteranos quanto os novatos, como Edméia e Sandra, pedalavam alegres. O visual é muito bonito como nesta foto em que Reginaldo e Mazinho tem como fundo um belo Jacarandá Mimoso emoldurando a igreja de Nossa Senhora das Dores.

Aí acabou a festa no asfalto e começou a alegria de andar na lama, no visual bonito da estrada para S. José do Turvo. Depois do encontro no desvio para a Polícia Rodoviária continuamos por um caminho sem dificuldade e bem sombreado.

Depois, foi correr para o caldo de cana gelado em São Luiz e fazer as despedidas. Era o fim do belo passeio. Com este esforço sumiu os restos de cerveja e carne do organismo. A pressão sossegou e fiquei pronto para uma nova semana de trabalho. Noitada antes de uma pedalada, nunca mais! Bem, só se tiver um aniversário que não possa faltar de jeito nenehum!

quinta-feira, março 19, 2009


Neste domingo, 15/03/2009, seguimos Mahe numa pedalada formidável. Mahe, este desportista forte e colorido da foto, segue implacavelmente, 10 mandamentos em um passeio ciclístico: 1º) Honrarás o Tempo sobre todas as coisas, 2º) e a Hora como a ti mesmo, 3º) respeitarás o cronograma de cada etapa do passeio [BARRA MANSA A FALCÃO,44Km-ETAPA SEM PARADA PARA DESCANSO TODA EM ASFALTO.TEMPO ESTIMADO, 2:30h], 4º) guardarás o descanso de 15 a 20 minutos entre cada etapa, 5º) Não roubarás o precioso tempo de seus colegas atrasando a chegada no fim de cada etapa, 6º) Não matarás o tempo tirando fotos da paisagem... O bom é que com Mahe a gente pode prever a hora de chegar em casa. “Te irás bem e serás feliz”.

Mas o passeio foi maravilhoso. O tempo encoberto, sem sol forte, tornava o exercício mais fácil e a subida para Carlos Euler foi sem dificuldade. Não para todos, o jovem Pedro Eduardo não podia ver um apoio para latão de leite que não descesse da bike e sentasse para descansar as pernas. Note a língua pra fora.

Bem lá em cima entramos à direita. O caminho Passa Vinte-Santa Rita de Jacutinga era novidade para a maioria de nós. Um sobe e desce ladeado por paredões de pedra e vales verdinhos. O verão chuvoso tornou as paisagens muito bonitas.

Chegamos, finalmente, a subida do Pacau. Estrada que o governo de Minas está asfaltando e que liga Santa Rita a Bom Jardim de Minas. O circuito se fechava. O grupo, feliz, tirou esta foto vitoriosa. O céu estava carregado e longe já se via a chuva caindo nas serras. Tomamos novamente à direita e descemos, descemos, sem triscar no freio.

Entramos em Santa Rita de Jacutinga como um bando de cowboys esfomeados. Corremos para o restaurante. Nem precisava tomar uma pinga para abrir o apetite, mas quem resiste ao verdadeiro licor de cana que destilam nas Minas Gerais?! O colega Wagner olhou assustado e surpreso para o cálice de branquinha que entornei com prazer. A chuva que ameaçava o passeio caiu com vontade, mas estávamos abrigados.

Molhados até os ossos chegaram os colegas de Volta Redonda. Depois dos comprimentos a turma de Barra Mansa saiu para descansar perto da estação e os bikeres da Cidade do Aço ficaram almoçando e trocando impressões do passeio. A chuva parava e a paisagem de Santa Rita ficava coom cores mais vivas.

Mahe, implacável, lembrou que era tempo da partida, mas decidimos ficar mais um pouco e nossos colegas incansáveis desceram a serra. Foi providencial nossa demora. Quando saíamos chegou Celmo empurrando a bike. O pneu furou e a câmara dele estava emprestada. Veio empurrando desde a entrada de Itaboca. Outro almoço e muita conversa depois finalmente descemos juntos e a noite nos pegou no caminho. Foi um belo “pedal”.

segunda-feira, março 09, 2009


Hoje, 08/03/2009, fui pedalar sozinho. Faz falta a companheirada em volta. Decidi encontrar um caminho para passar pela fazenda Saint Gobain no sentido de São José do Turvo mas sem passar pela sede, não consegui. Enquanto os colegas corriam pela estrada plana vindo de Rio Preto eu subia e descia morro por caminhos estragados pela chuva.

O pneu furou. Como estava esvaziando devagar peguei a bomba. Tarefa ingrata. Voltei até Santa Cruz e consertei a câmara e o pneu. Tinha um rasgo pequeno no pneu! Aí vi na “televisão de cachorro” uma franga toda relaxada tomando uma cor. Comprei-a. Mas como ela ia demorar um pouco a pegar o bronzeado sai pedalando e descobri uma trilhazinha maneira que a gente podia levar os iniciantes. João Bosco ainda não conhece apesar de ficar bem perto de onde mora.

Este caminho à esquerda vai dar em algum lugar, mas não fui ver até onde ia.

Vou dar as coordenadas: passar por Santa Cruz indo para Amparo mas seguir por outro caminho, pegar uma subida leve em asfalto e depois continuar subindo em estrada de chão, passar por um sítio de criar cavalos e pegar um trilho com capim braquiária até chegar num sítio com açude, aí tomar à esquerda, subir mais um pouco e sair no asfalto.

Quando saí da trilha encontrei o advogado Murilo, que naquele momento era um ciclista solitário que anda no asfalto mas tem vontade de fugir do marasmo, entrar numa trilha de chão e correr perigos. Aliás, li agora a pouco que é natural do ser humano se aventurar no desconhecido e como nosso mundo está tão organizado e o perigo que corremos é o da violência, o cineasta Silvio Tendler cita o lema da Internacional Situacionista: "O que queremos de fato é que as idéias voltem a ser perigosas".
Assim, quando puder vou levar vocês neste pequeno caminho cheio de natureza pura, afinal é a mini trilha do Zé.

quinta-feira, março 05, 2009


Domingo, 01/03/2009, fizemos a volta de São João Marcos, a trilha dos bambuzais. O sol estava ardido e até comentei com Epifânio, vulgo Peixe, que há 10 anos atrás era comum temperatura de mais de 40º no verão e hoje não passa de 38º, mas mesmo assim a impressão que se tem é de que a nossa estrela está queimando mais. Isto não nos desanimou e aproveitamos cada sombra no caminho como um estimulante para pedalar.

A água que levamos num instante acabou e paramos no bar de D. Rosa para tomar um refrescante banho de mangueira e beber “alguma coisa” gelada. Houve quem optasse pela cerveja, outros por refrigerantes, preferi um copo de vinho tinto suave gelado, mas todo mundo bebeu muita água. Então saímos da estrada para Mangaratiba e entramos no caminho para Passa Três.

Costeamos a represa onde está submersa as ruínas de São João Marcos, tomando banho de rio ou, como João Bosco, preferindo uma bica no meio de um bambuzal. Vencemos a serra sob aquela solina inclemente com apenas duas baixas: Jorge que caiu no meio de uma moita de unha de gato e o forte Edinho, vulgo Maluco, que “puxou o juan” com vontade. Era o calor. (foto de JBosco)

O almoço não foi como antes. A pequena pensão de Passa Três servia uma comida legal, mas desta vez estava sem sabor, e olha que a fome estava negra! Enquanto o prato demorava para sair, dividi a mesa com Celmo e Peixe e ouvi o jovem falar de suas desventuras amorosas. Não agüentou o relacionamento antigo com a namorada e “abriu”. O que mais me impressionou foi sua decepção com as mulheres. “Só pensam nelas mesmas. Querem uma atenção total da gente e quando tiramos um tempo para nos distrair, tomando uma cerveja com os amigos ou pedalando, elas reclamam e dispensam a gente”. Fiquei lembrando das reclamações que ouço das meninas, seja ouvindo uma conversa na rua ou a letra de uma canção: os homens não estão mais a fim de um compromisso sério. Esta questão de relacionamento homem e mulher está ficando uma “chapa mais quente” que o sol no capacete da gente. Depois de alimentados e na fresca da tarde regressamos pra casa.