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terça-feira, novembro 13, 2007


O MUNDO É UMA BOLA


Desde as grandes descobertas marítimas no século 15 ficou provado que a Terra é redonda e que se saindo de um ponto e andando em linha reta acabamos retornando ao mesmo lugar. Mas foi neste domingo, 11/nov/2007, que os intrépidos bikers, Dunga, João Bosco, Vinícius e eu, provamos que dando um monte de voltas também se consegue chegar ao mesmo lugar de onde partimos. Explico:

Cumprimentamos-nos efusivamente por termos tido coragem de levantar da cama, vestir e colocar a roupa e o equipamento e montando em nossas bikes enfrentar o tempo inclemente. Na verdade só uma chuvinha mixuruca. Nosso destino era a distante cidadezinha de Passa Vinte no alto da Mantiqueira.

Torcendo para que o caminho não estivesse muito embarreado entramos pela trilha do Peixe, passamos pelo curral, subimos a serra de São José e descemos na estrada Quatis-Amparo. O dia estava muito bom para pedalar, fresco e com bastante umidade no ar. Os trechos com lama foram poucos. Uns pedaços de céu azul me fizeram pensar que São Pedro quiz colocar a prova a nossa dedicação ao esporte e quem teve fé curtiu uma manhã muito especial.

Quando chegávamos a Quatis, perguntando a uns ciclistas, soubemos de uma trilha que encurtava caminho para se chegar a Falcão e nos embarafustamos pela subida para Ribeirão de São Joaquim. No início da subida, numa encruzilhada, olhando para direita vimos um amontoado de casas no alto de uma serra e nem passou pela cabeça da gente que íamos acabar por lá. Nem vou contar da besteira que fizemos de tentar seguir pela ferrovia do Aço atravessando túneis de quase meio kilômetro na maior escuridão.

Uma loucura que o sábio João Bosco não aceitou fazer: "quem andou na linha o trem pegou", falou cheio de razão. Continuou pela estrada e pegando um bambu fino ficou esperando os afoitos colegas pegando uns acarás sem linha ou anzol.

Lá está ele lá embaixo e nós lá em cima no viaduto da ferrovia do Aço.

Chegando a São Joaquim desistimos de Passa Vinte, descansamos e seguimos para Amparo. No caminho tornei a pedir informação sobre um caminho para chegar a Santana, a fazenda Santana do Turvo, mas os cavaleiros pensando se tratar do quilombo nos ensinaram uma trilha muito bonita que nos colocou diante de uma velha igreja de N. S. de Santana.

Aqui jaz o Barão de Cajurú morto em 1869. Não me pergunte como um barão foi enterrado neste lugar em que "o vento faz a curva". O quilombo está recebendo atenção do governo e será um centro de cultura afro com bonitas festas.

Tocando adiante chegamos à mesma encruzilhada que tínhamos passado de manhã. Primeiro subimos à esquerda até Ribeirão de São Joaquim e depois de rodarmos horas subimos pela direita. Assim foi que rodamos, rodamos, e chegamos ao mesmo lugar. Se olharmos com atenção podemos ver o quilombo no meio da foto com a serra mais alta ao fundo. E olha que nem falei da travessia do rio Peixe que fizemos com água pela garganta (da bicicleta).

sexta-feira, novembro 02, 2007


PERDIDOS NO SPA

Não sei se podemos chamar uma pedalada forte, como a de domingo 28/10/2007, de Spa. Apesar de passarmos por uma dieta vegetariana a base de caldo de cana, bananas, maçãs, biscoitos de cereais, um queijo minas fresquinho e muita, muita água, e de padecermos numa sauna federal de um sol que só devia aparecer em dezembro e que só era refrescado por um banho de imersão numa cachoeira de água refrescante, não sei se isto é algum tipo de Spa. Mas, por que perdidos? Já lhes conto.

Era um bom grupo, oito que depois agregou mais uma pessoa. E íamos por um caminho muitas vezes trilhado: as subidas e descidas da estrada para Sta. Izabel do Rio Preto. Onde encontramos o eterno caminhante, o Prata.

Nas terras da velha casa quase abandonada tomamos muita água fresca de uma mina antiga e moemos e bebemos uma doce garapa. Todos os ciclistas se revesaram em girar a manivela que esmagava a cana. Ai que a gente dá valor a um motor. Na foto foi a vez de Rafael fazer força, todos sempre sob a supervisão do mestre Manoel.

Dali saímos em destino ao lugarejo Ribeirão do São Joaquim. Os campos por onde pedalamos era um lugar belíssimo, cheio de açudes, mas que nenhum de nós já havia passado. Pergunta aqui e ali fomos mudando de um caminho de fazenda para outro, atravessando porteiras até que demos num pasto sem saída. Foi então que ficamos perdidos e lembrando daquele seriado de TV João Bosco escolheu o nome do passeio, Perdidos no Espaço, e não sei bem porque associação de idéias, Perdidos no Spa.

Com alguns tombos, capotagens e escorregões acabamos encontrando uma estrada. O calor esgotava nossas forças e arrancando do planeta muito vapor d’água formou nuvens cúmulos, escureceu o céu e começou a trovejar. O vento passava violento sempre em sentido contrário a nossa marcha tornando a pedalada mais difícil. Sidnei decidiu afrontar os elementos se transformando num para-raio humano em cima de um moeirão de cerca. Um coqueiro, se sacudindo todo, observava as diabruras dos bikers.