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domingo, maio 08, 2016

Mistérios do ciclismo.

Almoçando nos meandros da serra do Matoso o amigo Luciano peguntou: Não passamos de 500 m de altitude, quando vamos começar a subir? Ele falou isso porque íamos à rampa de asa-delta e ele imaginava que o pessoal saltava de mais de 1000 m. (foto do colega Leandro)

Porém sua inquirição me chamou atenção para um detalhe: como é possível termos subido 3.134 m (os colegas usam um programa de computador no celular, o Strava, que registra o caminho, o esforço que fizemos e quanto subimos) e não passarmos de 500 m de altitude? 

Matutei. O Brasil tem uma topografia em forma de escada. O mar e a faixa litorânea, depois a serra do mar que leva ao vale do Paraíba, e a Mantiqueira levando ao planalto central. Quando saímos de Volta Redonda estávamos a 400 m do nível do mar. 

Pedalando para Rio Claro temos a impressão de estar descendo, mas lá continuávamos em 400 m.

Pegamos a estrada de Mangaratiba até a serra do Piloto que fica a 400 m e então subimos para o Matoso a pouco mais de 500 m. 

Depois do almoço, quando descemos para Itaguaí, na rampa de salto onde se descortina a baixada espraiada lá embaixo, ela também fica a 400 m.
Então, onde está a resposta a questão?
Está no aviso que o amigo Ademar nos deu quando partimos da rodoviária de Rio Claro: agora vai começar o tobogã! É isso. Todo caminho é um incessante sobe e desce e a impressão que os sentidos nos dão é que estamos só subindo.

Na realidade ficamos na mesma faixa de altitude mas fazendo um tremendo esforço nos sobe e desce do caminho.
Porém, foi um belo pedal. Como sempre vimos muita coisa. Meninos de Santa Cruz, do Rio, fazendo rapel numa ponte, 

cavaleiros e belas amazonas passando faceiras pelos ciclistas, 

um almoço num lugar muito lindo, a vista da baixada visto do alto da serra e 

o silêncio e a tranquilidade de caminhos pouco circulados.

segunda-feira, maio 02, 2016

O sol faz desenhos de luz no chão.

Estava frio, era longe, o ônibus partia às 5 h; precisa-se ter muita vontade de pedalar para enfrentar todos estes obstáculos. 

Mas ver o dia amanhecer, o dia chuvoso clarear em muitas cores, encontrar o amigo e sair pedalando compensou todo esforço. 

Estávamos em Perequê, Angra dos Reis, faixa litorânea cercada de serras. E fomos nos embrenhando para aqueles sertões. 

A vegetação é diferente, os rios que vem da montanha cortam a estrada e a sombra das matas deixa o sol fazer desenhos de luz no chão. Foi um belo pedal.