As serras guardam segredos.
Entre suas cristas, nos vales
escondidos há coisas a ser descobertas.
A serra do Matoso a qual subi hoje,
30/08/2015, tem muitas histórias. No século XVIII homens corajosos e
aventureiros deixaram a proteção da Vila do Rio de Janeiro a beira do mar e
atravessando os brejos da baixada subiram esta serra. Imagino o esforço de
abrir caminho à facão e foice pela mata entrelaçada de cipós e arranha-gato.
Cem anos depois, com o plantio bem sucedido do café as taperas deram lugar as casas
de fazenda
e o caminho foi calçado pelos escravos.
Dá dó imaginar o esforço
daqueles homens que vieram de outro continente para domar a natureza do Brasil.
Foi estes altos que subi fazendo força com pernas e pés no
pedal e com os braços e mãos no guidom. Porque com a bicicleta você se alça a
1.500 m pela própria força e diferente de estar num carro com ar-refrigerado em
que o homem se sente poderoso e fica soberbo, a bicicleta nos revela como somos
fracos.
Quanta força precisamos despender para vencer as serras.