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segunda-feira, janeiro 25, 2016

Passos de Anchieta, um longo pedal (2ª parte).

Pode ir por esse lado mesmo ou, por um viaduto, atravessar para o outro lado. Perde-se o mar de vista até um lugar chamado Lago Grande, em Ponta da Fruta. Atravesse a estrada e desça para a praia para pedalar pela estradinha de chão firme.

Se quiser ande um pouco pela areia.

Subindo de volta para a via expressa procure o restaurante do Gaúcho, Italian, ele também é ciclista, e deguste um bom almoço.
Então, depois de um descansinho passe para o outro lado da pista e no acostamento, sem ver o mar, pedale até encontrar a Samarco e logo na frente entre à esquerda.

Veja o mar novamente e siga pela estradinha de chão. Vai passar pelo museu das tartarugas e chegar em Meaípe. Um banho de mar seria bom.

Deve ser cedo ainda. E continue procurando sempre o mar até Anchieta.

O hotelzinho Beira Mar, de dona Nízia, é barato e simpático. Tem um bar de frente para um mar que não é bom de nadar. Mas fique vendo as ondas, se hidratando e comendo um peixe e jogando conversa fora.

No outro dia, depois do café da manhã, visite o santuário de Anchieta ali pertinho.

Passos de Anchieta pedalando.

Se for fazer os Passos de Anchieta, deixe te dar algumas dicas.
O caminho de menos de 100km pode ser feito a pé, 4 dias, bicicleta, 2 dias, ou por outros meios. Para quem gosta de estar em meio a multidões a data é 26/05/2016. Quase 4.000 participantes vão sair da Catedral em Vitória. Se seu estilo é andar na companhia de uns poucos amigos mais chegados, então você escolhe a data.
Vou descrever minha experiência com dois amigos, Edson e Nardeli. Fomos de ônibus 

(R$240 ida e volta) com muito conforto: ar condicionado gelado, poltrona bem reclinável e descanso para as pernas. Viaja-se às 20 h e chega-se em Vitória às 7 h. Uma higiene, um lanche e partimos com as bikes.
Saindo da rodoviária por onde saem os automóveis já estamos na ponte velha, de arcos, com lugar para atravessar montado na bike. 

Mas antes de entrar na ponte é essencial seguir a avenida que beira o canal até o palácio Anchieta, com escadaria e forte cor amarela. 

Dando a volta sobe-se mais um pouco e chega-se a Catedral. É orar, pedir proteção para a empreitada e voltar até a ponte velha.

Atravessando seguimos por uma calçada estreita até a larga avenida de duas pistas. Tem ciclovia dos dois lados. Toque até o fim. Depois de rodar quase 10km já se vê o morro do convento. 

Siga as placas. É preciso deixar as bikes na portaria. O guarda vigiou as nossas. Mas se alguém puder levar um cadeado amarre-as juntas. Suba com coragem até lá no alto. A vista é linda e se pode rezar de novo.

Em baixo siga à esquerda em direção ao mar. Logo se vê a orla. Tome uma água de coco e admire a beleza chocante do lugar. 

Mas não demore muito, vê-se o mar o dia todo. É só seguir pela ciclovia mais 10 km. 

Ela acaba, mas um trilhozinho de chão leva à direita até a via expressa. Tem uma ciclovia sem fim.
Amanhã conto mais.  

Samarco e as tartarugas marinhas

Depois de Guarapari, nos Passos de Anchieta, passamos em frente ao portão de uma grande fábrica, a Samarco. 

Perguntei aos colegas: Já vi esse nome, é empresa de quê? Edinho respondeu: É a mineradora que provocou aquele desastre em Mariana, ‘seu’ Zé!
Sim, claro: mas o que a Samarco está fazendo ali? Ao entardecer, sentado diante do mar que batia em ondas ritmadas na areia da praia de Anchieta, o jovem dono do bar explicou.

O minério vem bem diluído de Mariana para Anchieta por enorme duto com 400 km de extensão. Aqui ele é aquecido e pelotizado. O ferro é transformado de areia em pelotinhas. É exportado dessa forma. A empresa tem aqui mais de 3000 funcionários, fora os terceirizados de limpeza, segurança, etc. Todo mundo foi colocado em férias coletivas e estão recebendo mil e poucos reais. Se ao final de quatro meses a mineradora, lá em Minas, não voltar a produzir todo mundo será despedido.
Depois de uma noite bem dormida voltamos a pedalar no domingo. Fizemos um caminho diferente, mais nos Passos de Anchieta, quer dizer, menos asfalto e mais estrada de chão a beira mar. 

Vínhamos voando por uma estradinha cheia de costelinhas quando tivemos de frear bruscamente. No meio de dunas e mata de restinga uma loja envidraçada com exposição sobre tartarugas marinhas nos chamou atenção. 

Aquelas praias são pontos de desova. E sabe quem financia o trabalho de proteção, coleta de ovos e devolução das tartaruguinhas ao mar? Isso, mesmo, a famigerada Samarco. 

Que trabalho lindo! Vimos uma enorme tartaruga verde empalhada, 

maquetes dos bichinhos saindo do ninho 

e correndo para o mar, os crânios de diversos tamanhos,

e réplicas dos diversos tipos de tartarugas que depositam seus ovos naquelas praias desertas.

Então, é o que a gente sabe: ninguém é inteiramente bom ou completamente mau.   

quarta-feira, janeiro 20, 2016

Passos de Anchieta, de bicicleta.

UMA PALAVRA SOBRE O PEDAL PASSOS DE ANCHIETA
Quando se faz um pedal em que temos de dormir fora, precisamos levar bagagem. Alguns colocam porta-embrulho e compram alforjes. A bicicleta de meu amigo Pedro Raimundo Raimundo era tão pesada que eu não conseguia levantar. (aqui no caminho para Piedade do Rio Grande)

Se pudesse eu levava só a escova de dente. Levo o menos possível. Lembro de JESUS ensinando: Meu fardo é leve.Para seguir os Passos de Anchieta teremos de andar dois trechos sobre a areia da praia: de Ponta da Fruta - Setiba, 

são 14km, e Castelhano - Ubu 10 km. 

Mas faremos isso simbolicamente: no sábado andaremos uma hora na areia e no domingo também. Pense bem, com uma bicicleta pesada e empurrando a gente não sai do lugar. Então, fardo leve.
Será preciso levar "um velho calção de banho", porque teremos "um dia pra vadiar" junto ao mar. Mas na maior parte do tempo vamos meditar. Este é o propósito desta trilha.
Então duas fotos: Pedrão e a bike pesada e a praia de Setiba.