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segunda-feira, abril 30, 2007


Competição em Quatis – 29/04/2007

Bonito de se ver, ll3 capacetes coloridos refulgindo ao sol fraco de outono. O percurso de 48km prometia um passeio formidável: fazenda Santana do Turvo – Amparo – São Joaquim da Barra – Quatis. Antes da saída fui entrevistado pela TV Bandeirantes por ser o mais velho competidor. Depois de alguns avisos e consideração, quando todo mundo já chiava com a demora, seguimos o motociclista da polícia numa volta pelo centro e nos embarafustamos para a estrada.

Não deu pra tirar fotos, era só pedalar forte o tempo todo. Seguia junto comigo minha ansiedade. Intrigante. Quando subia um morro difícil me concentrava em chegar lá no alto e tudo ia bem, mas quando via algum competidor na minha frente a subida ficava mais difícil e o esforço mais atroz. Coisa louca!

Céu azul, algumas nuvens, o sol ora aparecendo ora sumindo e o verde dos morros formavam um contraste que dava a alma da gente paz e tranqüilidade. As preocupações e obrigações somem todas. Nunca tinha feito a trilha que vai de Amparo para São Joaquim da Barra, foi muito boa subindo firme e sempre. O percurso estava bem demarcado e os pontos para pegar água estrategicamente colocados. A ambulância nos acompanhava como um anjo da guarda.

De repente já estava adentrando Quatis. Foi muito rápida a corrida e olha que levei quase 3h enquanto o vencedor, um rapaz da elite, completou o percurso em 1h41m. Então foi encontrar os amigos e assistir a premiação. Um colega da mesma categoria, máster, dono de padaria em Resende, se queixava: “Não dá! Colocar na nossa categoria ciclistas de 40 anos tira toda a chance da gente”.

sábado, abril 28, 2007


Sertão do rio Prata

Quando se olha para o sul, lá longe, geralmente esmaecida pela névoa, vê-se a serra da Bocaina se erguendo altaneira. Para os que gostam de aventura e liberdade parece que ela nos está desafiando a subir até o alto de seus cumes. No domingo passado, 22/04/2007, a galera resolveu aceitar o desafio e lá fomos nós.

A natureza em sua sabedoria preparou uma subida natural, um cânion estreito entre as penedias que sobe sempre numa inclinação forte que raramente dá pra gente pedalar. Na maior parte do tempo era só empurrar as bikes forçando as pernas e os braços.

Tomamos banho em um regato gelado e sempre subindo com esforço fomos ultrapassados por uma tropa de cavaleiros alegres que forcejavam seus animais que suavam em bica pingando o chão seco do caminho. Um deles, falastrão, atirou pra mim: “A gente espera vocês lá em cima até as 5 horas (17h)”. Folgado! Nem eram 9h ainda!

Com os músculos das pernas fracos e parecendo geléia chegamos no alto do desfiladeiro. Lá em baixo o mundo se apequenava. Agora parecíamos gigantes, nós que até horas antes éramos formigas diante da serrania. Foram duas horas extenuantes para ficarmos maiores e mais confiantes em nossa capacidade.

Primeiro passamos pelo sertão do Hortelã – francamente acho que o nome melhor seria sertão das Araucárias. Os pinheiros com suas galhadas abertas davam a impressão que estávamos bem mais ao sul do Brasil. Marcelo catou alguns quilos de pinhão para cozinhar em casa.

Lá em cima, entre os picos da serra, chegamos ao sertão do rio Prata, um córrego de águas cristalinas e fundo de areia dourada. Depois de muito andar encontramos a pousada do Guaraná Quente – alcunha do tempo em que a energia elétrica ainda não chegava lá naqueles altos. Foi um encontro de motoqueiros, cavaleiros e bikers com direito a cantoria acompanhada por uma viola de cordas.

O almoço foi delicioso e o companheirismo lembrava os velhos tempos da Távola Redonda. Logo chegou mais alguns colegas liderados pelo presidente do clube BikeAdventures, Reginaldo. Éramos agora 10 ciclistas de barriga cheia e doidos pra descer a serra.

Tomamos outro caminho mais fácil de descer montado. O panorama que se descortinou era um mar encapelado de morros e colinas. Coisa linda. A volta não acabava mais e chegamos em casa já de noite. Foram 12 horas em cima da bike, mas foi bom demais.

terça-feira, abril 17, 2007


TRILHA DO CARRAPATO
ou MUDANÇA NOS PLANOS

Saímos os três: eu, Pedroso e João Bosco. Aliás, nem chegamos a largar direito porque o pneu da bike do João furou. Consertado pegamos a Avenida dos Metalúrgicos com o sol forte levantando o nevoeiro.

Paramos perto da Dutra nos perfilando diante do símbolo de nossa cidade.

Continuamos pela via paralela a estrada e tiramos uma foto do símbolo do posto Corujão.

Descemos a Serrinha com o vento úmido da manhã zunindo em nossos ouvidos e entramos na estrada de Arrozal, registrando nossa passagem diante do casarão antigo da secretaria de Cultura.

Aí começou a mudança de roteiro. A trilha para Pirai começa a esquerda da praça de Arrozal, mas o amigo João Bosco queria nos levar para conhecer um retiro religioso onde ele fez um curso de parapsicologia. O caminho fica a direita da praça e tomamos esta direção. O lugar transmite paz e tranqüilidade e é próprio para estudos espirituais.

Saindo dali decidimos continuar em direção a Getulândia, o que significava pegar a trilha do Carrapato – subida por caminho todo esburacado no meio a um pedaço da mata Atlântica.

O visual é muito bonito entre morros e val. Algumas vezes os cachorros correm atrás da gente, mas desta vez até consegui fazer festa em três deles.

Terminamos tão rápido – nem tínhamos andado 40km – que lanchamos em Getulândia às 10:30. O jeito foi correr para casa pelo caminho mais longo e fomos pelo asfalto até Barra Mansa. Completados 70km nos despedimos na Ponte Alta prometendo uma pedalada com Val até o sertão do Hortelã (ou Guaraná Quente se preferir) no próximo domingo.

quarta-feira, abril 04, 2007


VISITANDO A CASACATA
OU A IMPORTÂNCIA DE UM LÍDER



Foi neste domingo, 01/04/2007, que nos encontramos na entrada da estrada de Pinheiral. Éramos cinco, o líder do passeio, Dunga, faltou. A idéia era irmos até Passa Três, mas eu e Carioca queríamos fazer uma pedalada que terminasse na Associação dos Aposentados, em Vargem Alegre, onde degustaríamos um peixe acompanhado de cerveja gelada. João Bosco e Pedroso toparam o novo destino e Manoel segui-nos a contragosto. Era cedo e um nevoeiro frio cobria a estrada que substituiu uma antiga linha de trem. Linda foto, não é?

No portão da Escola Agrícola deu-se a cizânia. Depois de uma discussão à toa Manoel deixou o grupo e nós tocamos nossa aventura.

No início, para não dizer que a vida de ciclista é moleza, passamos sobre esta ponte improvisada com trilhos da linha férrea.

Beleza de passeio, não tinha subidas muito fortes, o tráfego era quase nenhum e havia muito verde. O pessoal achou a região mais bonita que o lado que vai pra Amparo e Minas Gerais. As fazendas eram um deslumbre, tanto as novas quanto as antigas.

Tomei a liderança tendo um plano de percurso, mas sem conhecer a trilha. Soube, por outros ciclistas, que havia uma trilha saindo da estrada Pinheiral-Santanézia e que desembocava perto de Vargem Alegre e do Clube de Campo dos Aposentados; o problema era encontrá-la. Parava quando via algum ciclista, carroceiro ou caminhante e ninguém dava informação da trilha. Até que uns motoqueiros nos deram a direção.

Saímos da estrada e pegamos a trilha que tinha muita pedra e areia. Foi aí que Carioca se deu mal, caiu feio deixando os óculos no chão que apanhei e botei no rosto. Sua bike rebentou o cabo de freio, que vale que sempre andamos com peças reservas.

Daí o caminho ia só descendo acompanhando um córrego que formava vários poços e cascatas. Não resistimos e nos refrescamos na água fria.

Depois foi correr pro abraço de uma cerveja gelada e das postas de peixe quentinhas que nem precisamos pescar, o pessoal do clube pega os peixes vivos pra gente. Custa R$ 7,00 o quilo do peixe frito para os aposentados. Pedroso é o único que ainda está no batente e apresentamo-lo como nosso caçula. Para rebater ainda comemos os famosos sanduíches do Pedroso.

Fartos e alegres voltamos pra casa. Afinal, o passeio mesmo sem um dos velhos líderes acabou dando certo.