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domingo, setembro 27, 2015

Tem de poder exigir tanto dos músculos.

Hoje foi um dos primeiros dias dessa primavera, mas que parecia verão, parecia. 

É sensacional não ter que repetir a saída para o trabalho de todos os dias e montar na bike e girar para longe. Aí, é como jogar bola. Para subir na bike e ir longe precisa treinar muito. 

Fomos procurar o sítio de um amigo para além de Bananal. 

E para isto não basta querer, tem de poder exigir tanto dos músculos. É para quem sente o prazer de pedalar todas as semanas. O que faz uma pessoa ter tal fidelidade à uma máquina magrela? Isto não sei te responder. 

Só sei que não sou o único e todos os dias junta mais gente buscando na bike um exercício.

Ela nos proporciona uma forma de descansar a cabeça cheia de obrigações, nos dá a alegria de ver as belezas da natureza, 

além dos amigos e de Deus.
- Zé, o que Deus tem a ver com pedalar?

Não tenho esta resposta, só sei que é elementar, apesar de que um ateu pode se dar bem pedalando. 

segunda-feira, setembro 21, 2015

Ficamos próximos a felicidade.


Olivier Dubois é um coreógrafo e falando sobre um balé em que ele participa como bailarino, Tragédia, ele disse (Segundo Caderno de O Globo 2/9/2015): “A resistência do corpo humano, isto é algo recorrente em minha obra. Tenho interesse pela metamorfose, o corpo recomposto. E para chegar lá é preciso um esforço colossal, uma arte engajada, com revolta e erotismo. Por outro lado os corpos têm de ser voluntários, mestres, não submetidos ‘a escrita’ e que criam a partitura”. Está tudo aí, nos balés criados por ele os bailarinos são muito exigidos. Não é para qualquer bailarino: “Talvez porque estejamos numa época de recessão moral e ética”. Poucos têm a fibra de exigir mais do que o normal de seu corpo. “Ao final do exigente e extenuante espetáculo os bailarinos se sentem regenerados. Mas minhas peças não são um abete ou uma destruição do corpo. O elã cria uma alquimia próxima a felicidade”.

Li tudo isso e ainda mais, pensando no passeio que dei com minha bike neste domingo, 20/09/2015. Acompanhado de João Ademar e seu irmão Nilson saímos de Vassouras, pedalamos pelo acostamento da estrada até Andrade Pinto e entramos à direita para subir a serra. 

O dia estava maravilhoso, de um sol vibrante com o ar refrescado por um vento moderado. Passamos pelas pequenas Avelar e Arcozelo. 

Almoçamos e continuamos com um sol mais ardente até Paty de Alferes e Miguel Pereira. 

Depois, numa estrada bem plana e margeada por matas passamos por Morro Azul e Sacra Família. Daí, depois de sete subidas descemos ‘enfiados’ até Vassouras.


Foram 100 km que demandaram muito de nossos corpos, foi um “esforço colossal”, “exigente e extenuante”, mas que semelhante aos bailarinos de Dubois nos fez sentir “próximos a felicidade”.  

domingo, setembro 13, 2015

Gosto dela porque me sinto feliz com ela.

Gosto dela porque não há uma vez em que não me sinta feliz com ela. 

Nunca pediu: que tal a gente ir hoje ao shopping? É aquela companhia que nos faz bem o tempo todo.

Me segue quando com meu jeito de solitário e desbravador me meto por serras e caminhos isolados.

 Meu dom de historiador me faz amar velhos casarões escondidos entre árvores ou ruínas esquecidas do que já foi um dia um lugar cheio de vida; e ela fica encostada num muro cheio de rachaduras enquanto ando por ali deslumbrado. 

Deixa-me guia-la sem tentar me puxar pra cá ou pra lá. Faz-me sentir o cavaleiro andante ou o guerreiro medieval. 

Espera-me pacientemente quando me dispo e me lanço nas águas frias de um riacho ou de uma cachoeira. 

Na frente dela posso ser uma criança brincalhona sem ser criticado. Fica ali me olhando como se eu fosse tudo para ela.

- Zé, desculpe interromper, mas você está dando muita bandeira sobre esta sua amante.

É a minha bicicleta.

domingo, setembro 06, 2015

A bicicleta parecia correr mais leve.

Felizmente as estações do ano desfilam por nossa vida. 

Cada estação tem sua própria beleza. O inverno com sua luz esmaecida tira o brilho das cores dando a vegetação e as construções humanas tonalidades escuras. 

O lago da represa que no verão rebrilha de dourado hoje estava da cor do chumbo. 

O céu quase todo encoberto por nuvens era cinza. 
Quem pratica o ciclismo de mountain bike regularmente, nunca se cansa da paisagem porque cada passeio, feito em estações diferentes, mostra-a diversa. 

O ar frio facilitou o esforço com os pedais e a bicicleta parecia correr mais leve. Eu e o amigo João Ademar fizemos uma volta de 60km conversando praticamente o tempo todo e nem vimos o tempo passar. 

Foi um descanso para a mente ficar longe da cidade em harmonia com a natureza.