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domingo, maio 30, 2010


Voltamos ao Guaraná Quente,

pois lá, mais que uma pousada é um point no alto da serra da Carioca, um trecho da serra do Mar na divisa dos estados do Rio e São Paulo. É um lugar onde nos sentimos bem. Por isto, apesar do esforço de subirmos quase 1000 m amamos ir ao sertão do rio Prata.

Este local lindo se formou há 130 milhões de anos atrás, num tempo em que forças titânicas abalaram nosso planeta. Placas tectônicas se chocavam elevando o solo centenas metros e provocando terremotos e tisunames com forças como o ser humano nunca viu. Na mitologia grega foi o tempo do caos, antes de Zeus organizar o planeta para os homens, a era dos Titãs. A serra do mar não era um local onde se passear, era um momento em que monstros não físicos sacudiam a Terra. Ainda não havia homens.

Mas quando chegamos ao pé da serra o que vimos não lembra mais as artes dos Titãs. Olhando a serra percebemos ao lado de restos de abismos abruptos uma subida sinuosa e própria para subirmos caminhando, de bicicleta (em parte) ou com veículos motorizados. Isto porque depois forças mais dóceis, vagarosas, femininas, moldaram a obra caótica. Chamamos estas forças físicas maleáveis, arredondadoras das arestas brutas, de mãe Natureza.

Então, depois de muito esforço subindo e uma agradável pedalada no cume da serra, chegamos ao nosso destino. Jipeiros e suas esposas festejavam a calma do lugar, motoqueiros contavam suas aventuras sob um lindo céu azul, e os ciclistas descansaram e participaram de um almoço muito gostoso.

sábado, maio 22, 2010


Hora de falar e hora de calar

Assim foi neste domingo, 16/05/2010. Saimos para visitar o Quilombo São José da Serra que estava em festa, lá na Beleza, um bom estirão. Saimos cedo com o nevoeiro não deixando ver mais que 10 m adiante. Éramos seis. Muitos colegas tinham ido fazer trekking em Cunha.

Então, com muita estrada pela frente a conversa rolou solta. No começo da pedalada é comum se jogar conversa fora, um papo descontraído, colocando o assunto em dia; na volta a gente vem mais introspetivo, os pensamentos correndo a frente da bike.
Neste trelelê chegamos ao quilombo.

Qual não foi nossa surpresa ao chegar ver carros e ônibus indo embora, a festa foi no sábado e rolou até amanhecer o dia. O belo prato de feijoada servida por uma linda mucama evaporou, foi uma miragem. Cheios de fome encontramos boa vontade de umas quilombolas que mesmo desmanchando a barraca fritaram bolinhos de aimpim com cheiro verde. Nem guaraná quente tinha mais. Muito menos as belas mucamas de seios fartos. Então, pelo menos, tirei foto de uma boneca feita de palha de milho.

Foi então que Marcinho nos revelou, sabia que não íamos encontrar mais nada. Mas por que se calou?, perguntamos.
- É que eu queria conhecer o quilombo. Se falasse vocês não vinham.
Faz sentido, tem hora que para conseguirmos algo, temos que nos calar. Eu também viria, queria rever este lugar escondido entre as serras. Um lugar onde homens vinham se esconder da fúria de outros homens.

terça-feira, maio 04, 2010


O mountain bike, independente do grau de dificuldade ou da distância envolvidos em um projeto, pode ter como objetivo ir a um lugar e voltar ou fazer um circuito. Neste domingo, 02/05/2010, a trilha envolveu ambos propósitos. Saimos para fazer o caminho fazenda Velha (perto de Santa Isabel do Rio Preto)-Ribeirão de São Joaquim, mas logo João Bosco propôs, terminado o circuito, rumarmos para fazenda Santana do Turvo para encontramos um grupo de ciclistas que estava almoçando lá.

O dia ensolarado de outono era uma mistura de calor e rajadas de vento frio e, na média, a temperatura fresca facilitava nossa pedalada. Primeiro corremos no asfalto conversando sobre a revista em quadrinhos feita pelo clube Adventure, para distribuir com jovens ciclistas e estudantes que tem bike, ensinando as regras para se pedalar nas ruas da cidade. Edinho comentou que ajudar as crianças a pedalar com segurança no meio do trânsito vai prepará-las bem para, como adultos, quando forem dirigir, fazê-lo com segurança e atenção.

Um belo caminho com cinco subidas fortes nos proporcionou um bom exercício e encheu nossos olhos com belas vistas. O caminho para Ribeirão de São Joaquim passa por um vale que nos deixa ver, ao longe, a serra da Mantiqueira onde ficam cidades que sempre visitamos. Depois de um lanche no alto vilarejo descemos para realizar o encontro com os colegas. Chegamos na fazenda Santana do Turvo justo no momento em que o almoço começou a ser servido.

Na longa mesa revimos colegas e fizemos amizade com ciclistas iniciantes. Vendo o entrecruzar das conversas pensei no mestre Jesus e seus discípulos reunidos para uma ceia ao final do dia, e os diversos assuntos que rolavam ao redor da mesa sobre o dia produtivo que tiveram onde qualquer pensamento de levar vantagem ou ganhar algo as custas dos outros estava longe. O bando alegre de ciclistas voltou feliz para casa.