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domingo, julho 29, 2007


ESTRADA VELHA ARROZAL-PIRAI

Domingo cedo, 29/07/2007, num frio de rachar, quatro gatos-pingados, tiritando de frio, - João Bosco, João Inácio e o filho Wesley e eu - pedalavam subindo para a Dutra enquanto nossos colegas de pedal que não vieram se esquentavam debaixo dos cobertores. Quando paramos no monumento na entrada de Volta Redonda, a bandeira tremulava loucamente com um vento que fazia a temperatura de 12º (segundo o relógio da rua) parecer 5º. Mas, como heróis do Pan, enfrantamos a baixa temperatura com determinação.

Nosso destino era Arrozal, mas com o vento cortante queimando a pele da gente achamos melhor sair do asfalto da Dutra, com sua descida legal da Serrinha, e entrar na estrada Mineira, caminho de chão que o Val tinha nos indicado. Estes ninhos pendurados são do passarinho

Depois de atravessar porteiras e consertar um pneu furado entramos em Arrozal, tomamos café quente com vagar e saimos em direção a fazenda da Grama, mas entramos a esquerda para pegar a estrada velha.

O caminho sem dificuldades vai beirando pastos e acompanhando uma mata fechada que encima os morros. Só mais na frente, depois de uma velha fazenda onde as jabuticabas já estavam maduras, é que subimos uma serra. Por ali vimos duas aves de rapina, grande como águias, levantarem vôo e se perderem sobre a mata.

Dai foi uma descida longa em estrada bem cuidada que nos levou até a Dutra. Numa encruzilhada deixamos para outra vez o caminho que ia à fazenda da Grama e seguimos para Pirai, bela cidade que nenhum dos três colegas conhecia. Desfilamos pela praça das preguiças e eles ficaram admirados com a beleza do rio Pirai rolando bem junto as ruas da cidade.

Foi aí que encontrei uma velha fruteira que os outros não conheciam, um pé de abricó. Resolvi subir no muro para surrupiar um. João Bosco vaticinou que quem entra pela senda do crime só piora e me flagrou pegando a bicicleta do Wesley.

Continuei piorando e logo estava querendo afanar uma Harley-Davidson linda.

Antes que quisesse levar um carro tomamos o caminho de volta pela Dutra. O ar ainda estava frio, mas bem melhor que de manhã. A estrada, como sempre, estava com um trafego violento.

segunda-feira, julho 23, 2007


Passeio à Cachoeira da Fumaça

Vivemos numa região que em relação ao nosso país é muito pequena e se compararmos com tantos lugares neste pequeno planeta não é quase nada, mas é muito linda. Olhe aqueles morros lá longe, é pra lá que fomos neste domingo, 22/07/2007.

Há semanas vinhámos contando o tempo para pedalar 140km até a cachoeira da Fumaça, na divisa do Estado do Rio com Minas Gerais. A galera de Volta Redonda se encontrou com a de Barra Mansa na praça da matriz deles.

Daí, seguimos pela Dutra até Floriano, entramos em direção a Quatis passando pela velha ponte de ferro sobre o rio Paraiba.

Então, saimos do asfalto e corremos pela estrada de chão até o começo da subida do Morro Grande. Na realidade a estrada serpenteia pela encosta de vários morros, cada um mais alto que o outro, como se fossem degraus que nos levam do vale do Paraiba para a serra da Mantiqueira.

Lá em cima, a divisa dos dois Estados é o rio Preto, rio de águas límpidas que tem uma cor amarrozada e que é sempre frio de doer. Muitos, que ainda não conheciam a cachoeira da Fumaça foram visitá-la. Por último chegamos: eu, João Bosco, José Linhares e o jovem Sidney. Um espetáculo lindo e muito bruto, como quase tudo neste nosso Brasil.

Depois, com o estomago já encostando nas costas, corremos para a pousada do Colibri, no meio das serras. Neste trecho o colega José Linhares se perdeu da gente com o jovem Sidney. Isto talvez tenha causado o acidente em que o mais velho se envolveu, horas depois. A chegada foi um alívio. Precisávamos de comida e descando.

O Colibri também é um lugar meio selvagem, mas a pousada tem atrativos como o refeitório em que também se pode descansar em redes. Uma ponte pencil que leva a uma ilha no rio e uma tirolesa que serve para dar um bom mergulho também são bons atrativos. Tudo isto com simplicidade, mas no meio de um silêncio delicioso só quebrado pelo canto dos pássaros.

Descansados e alimentados pedalamos de volta, passamos por Falcão e descemos a serra - onde Linhares se acidentou numa curva ardilosa - pegando a Dutra doidos para chegar em casa.

sábado, julho 21, 2007

TRILHA DA ONÇA (já ouviu falar?)
O fato é que desde que comecei a fazer mountain bike ouvia falar numa trilha que começando na estrada de São José do Turvo-Jaqueira, na altura da Jureía, chegava-se em Ipiabas. Assim convidei uns colegas para descobrir o caminho. Domingo cedo, dia 15/07/2007, saímos os cinco: Manoel, José Linhares, Carioca, Nonato e eu. Subindo a trilha da Jaqueira, Manoel decretava que a gente devia fazer este caminho pelo menos uma vez por mês como treinamento. Por ser próxima, curta e com bom aclive é uma boa pista de treinamento.

A manhã estava deliciosa, com o ar bem gelado, o que facilitava o exercício. Logo chegamos a entrada da trilha da Juréia. Foi uma bela descoberta. Subidas e descidas suaves em meio a um bem conservado trecho da mata Atlântica.

O efeito da química que o próprio organismo produz dá a gente uma euforia formidável. Se os jovens botassem isso na cabeça!

Nonato, mais novo, teve paciência em acompanhar os mais velhos e contava experiências de antigos colegas de pedal que com o tempo abandonaram o esporte e agora têm dificuldades para voltar. Fiquei pensado em como é importante aproveitar bem o que podemos fazer, pois de repente tudo muda e o momento passa e não volta.

Não dava para avançar muito rápido já que a gente tinha que perguntar nas fazendas e sítios qual era o caminho para Ipiabas. Mas fomos avançando. Dunga tinha avisado que a trilha foi abandonada porque um dono de fazenda proibiu a passagem por suas terras, mas o colega José Linhares assegurou que passou a pé por ali com “seu” Prata e contou da beleza da fazenda por onde passaram. Motociclistas passaram por nós levantando uma peoirada tremenda. Parece que o prazer deles é sacaniar os ciclistas.

Finalmente, a poder de rapadura e nenhum sal, chegamos na entrada da fazenda. Tentamos sensibilizar o capataz, mas ele proibiu a passagem. Linhares tentou insistir, porém Carioca dramatizou a situação dizendo que o capataz nem pensaria duas vezes em dar um par de tiros na gente. Caimos fora. Está ficando cada dia mais defícil andar livremente com a bike. Estão tirando o direito da gente de ir e vir. É a volta do pensamento direitista em contraposição ao avanço dos sem-terra e sem-nada.

Não foi de todo perdido o contato com o homem porque ele nos indicou um caminho que nos colocaria logo após a fazenda e de volta a trilha para Ipiabas. Mas no atropelo não entendemos direito as informações e passamos a entrada do caminho a seguir. e seguimos em direção ao alto da serra da Minhoca.

Foi aí que entramos numa floresta onde um caçador afirmou ter onça brava que já comera quatro bezerros dele. Lá no alto, paramos, nos confraternizamos e batizamos o caminho com o nome de trilha da Onça.

Onça, não vimos – apesar de que passamos a andar mais juntos – mas não conseguimos achar nenhuma passagem para Ipiabas. Demos nesta mata fechada.

Então, foi voltar, perguntar melhor pelo caminho certo e prometer que de outra vez vamos encontrar a trilha da Juréia. Trilha da Onça, nunca mais.

segunda-feira, julho 09, 2007


“Onde estiver o objetivo, aí se ajuntarão as águias”. Estas palavras foram ditas por Jesus e bem podia se aplicar ao desejo de ser livre, de fugir da cidade e de suas obrigações, mas fazendo isto com o próprio esforço, sem motores, combustíveis ou poluição, em cima de uma bicicleta. Assim foi que neste domingo o Clube Bike Adventures organizou um passeio pelos arredores de Volta Redonda e Barra Mansa; os águias compareceram em massa. Foi muito bonito este encontro.

Coisa bonita de se ver é aquela corrente de bikers se movendo pela beirada das avenidas que pertencem aos automóveis como um desafio as máquinas que tudo o que fazem é poluindo o ar que respiramos. Parece uma serpente deslizando pelo asfalto: vigilante, corajosa e astuta.

Não estavam ali só os jovens desportistas, mas também crianças, homens com muitos anos vividos e até uma valente mãe com seu filho.

Nem é preciso dizer que Zoreia tava liderando tudo com sua voz possante e seu apito irritante. Além de fazer um monte de estripulias, como ficar de bicicleta em cima destas toras de eucalipto.

Com paradas preguiçosas que irritavam os ciclistas tarimbados o grupo (ou bando de águias) enveredou pelas trilhas da fazenda Barbará agora, administrada por uma empresa que não vê com bons olhos estes desocupados – ou muito ocupados mas que sabem tirar tempo para cuidar de sua saúde física e mental.

Lá estava a carvoaria – que bom que ali não empregam crianças! – tirando o vapor da madeira verde e deixando o carbono em alto grau no carvão que vai ser queimado na siderúrgica.

Quando chegamos em Amparo, houve um momento de descontração onde Val e outros amigos se deleitaram com uma cerveja gelada, combustível alternativo para os bikers espertos.

Eu tinha um compromisso inadiável de almoço. Assim, saí "batido" com o colega Elias, voando com nossas bikes sob um céu azul espetacular e vigiados de longe por uma velha árvore que a muito tempo observa as águias do céu e os águias do chão.

domingo, julho 01, 2007


Velha trilha com Novos amigos

De novo pedalamos para Amparo, saímos do asfalto na fazenda Barbará, corremos entre as árvores fugindo dos raios de sol que conseguiam escapar das nuvens de frio e desembocamos na estrada para S. José do Turvo. Tudo igual! Negativo, tínhamos a companhia do recém colega José Linhares (69 anos) e do convidado dele, o engenheiro Humberto Macedo. Cada passeio tem um toque novo, podes crer.

O grupo era da melhor qualidade: Manoel (o cruz-vermelha), João Inácio e Wellington (a dupla exemplar, pai e filho sempre juntos), Jessé e Luiz Cláudio, Alexandre e Anderson, os novatos e eu. Dunga não estava, mas foi mencionado várias vezes.

Tiramos esta foto na carvoaria que queima a madeira de eucalipto tirando toda a água e deixando o máximo de carbono para a usina fazer seus canos e dutos. Esta forma de processar o combustível é meio maligna e dark. Impressiona.

De entre as árvores saímos em pasto aberto seguindo em fila indiana pelo trilho aberto pelo gado, mas não estávamos no cabresto, éramos livres correndo com o vento e o sol.

Já na estrada de S. José do Turvo, parados numa entrada de fazenda, João Inácio falou que não muito lá pra dentro tinha um velho casarão onde se fabricava manteiga, queijo Minas da melhor qualidade e uma cachaça gostosa. Botei fogo pra gente fazer aquela pequena incursão, queria tirar fotos do prédio de quase 150 anos, comprar queijo e manteiga e provar a cachaça. Não necessariamente nesta ordem.

Depois, na padaria do vilarejo, no meio de uma galera barulhenta de motoqueiros, nos abastecemos para fazer o resto do percurso.

A gente enche os olhos de paisagens lindas, como desta lagoa, suas nenúfares e a garça voando.

Dali tomamos o caminho da jaqueira com alguns incidentes: pneus furados e tombos leves. Na velha senhora paramos para tirar outra foto. Nós passaremos e ela continuará ali, de pé, por muito tempo.

No final tomamos um chopp pra distrair, melhor dizendo um caldo pra refrescar.