Pesquisar este blog

domingo, maio 17, 2015

Quilombo São José, a festa e o claro-escuro


Você já ouviu falar em claro-escuro. Técnica usada pelos pintores do Renascimento, o chiaroscuro se define pelo contraste entre luz e sombra na representação de um objeto. 
Hoje, 16/05/2015, pedalando por quase 70 km e começando bem cedo, vi várias vezes este efeito.

Como ao subir a serra da Mutuca, depois de Amparo, ao olhar para direita o sol surgia por trás dos altos morros e deixava a frente deles sem cores.

Ou ao sair da cobertura de uma mata vi o pasto resplandecendo numa encosta. Os claros-escuros se repetiam numa beleza maravilhosa.

Mas meu foco era o Quilombo, vale escondido entre as serras, naturalmente escuro e fechado aos brancos e a claridade.

Mas naturalmente não é só isso. Nasce naquele recanto profusão de girassóis como para atrair sol e esplendor.

As casas de pau-a-pique na encosta da serra tem na porta de entrada um banco feito de bambus para os pretos mais velhos quentarem sol e fixarem os minerais nos corpos cansados.

E na festa? Não pense que só encontrei escuros, havia brancos e negros. 

Como a linda negra Rosana, de Pinheiral, de olhar faceiro.

Ou brancos como Davy Alexandrysk, grande fotógrafo e o judeu de alma mais preta que já vi.

Poetas negros de alma branquinha, como Airton, de Valença.


E a grande beleza do povo brasileiro, a mistura do claro-escuro, os mulatos.

Nenhum comentário: