Gosto dela porque não há uma vez em que não me sinta feliz
com ela.
Nunca pediu: que tal a gente ir hoje ao shopping? É aquela companhia
que nos faz bem o tempo todo.
Me segue quando com meu jeito de solitário e
desbravador me meto por serras e caminhos isolados.
Meu dom de historiador me faz amar velhos casarões escondidos entre árvores ou ruínas esquecidas do que já foi um dia um lugar cheio de vida; e ela fica encostada num muro cheio de rachaduras enquanto ando por ali deslumbrado.
Deixa-me guia-la sem tentar
me puxar pra cá ou pra lá. Faz-me sentir o cavaleiro andante ou o guerreiro
medieval.
Espera-me pacientemente quando me dispo e me lanço nas águas frias de
um riacho ou de uma cachoeira.
Na frente dela posso ser uma criança brincalhona sem ser criticado. Fica ali me olhando como se eu fosse tudo para ela.
- Zé, desculpe interromper, mas você está dando muita
bandeira sobre esta sua amante.
É a minha bicicleta.
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