Olivier Dubois é um coreógrafo e falando sobre um balé em
que ele participa como bailarino, Tragédia, ele disse (Segundo Caderno de O
Globo 2/9/2015): “A resistência do corpo humano, isto é algo recorrente em
minha obra. Tenho interesse pela metamorfose, o corpo recomposto. E para chegar
lá é preciso um esforço colossal, uma arte engajada, com revolta e erotismo. Por
outro lado os corpos têm de ser voluntários, mestres, não submetidos ‘a escrita’
e que criam a partitura”. Está tudo aí, nos balés criados por ele os bailarinos
são muito exigidos. Não é para qualquer bailarino: “Talvez porque estejamos
numa época de recessão moral e ética”. Poucos têm a fibra de exigir mais do que
o normal de seu corpo. “Ao final do exigente e extenuante espetáculo os
bailarinos se sentem regenerados. Mas minhas peças não são um abete ou uma
destruição do corpo. O elã cria uma alquimia próxima a felicidade”.
Li tudo isso e ainda mais, pensando no passeio que dei com
minha bike neste domingo, 20/09/2015. Acompanhado de João Ademar e seu irmão
Nilson saímos de Vassouras, pedalamos pelo acostamento da estrada até Andrade
Pinto e entramos à direita para subir a serra.
O dia estava maravilhoso, de um
sol vibrante com o ar refrescado por um vento moderado. Passamos pelas pequenas
Avelar e Arcozelo.
Almoçamos e continuamos com um sol mais ardente até Paty de
Alferes e Miguel Pereira.
Depois, numa estrada bem plana e margeada por matas
passamos por Morro Azul e Sacra Família. Daí, depois de sete subidas descemos ‘enfiados’ até Vassouras.
Foram 100 km que demandaram muito de nossos corpos, foi um “esforço
colossal”, “exigente e extenuante”, mas que semelhante aos bailarinos de Dubois
nos fez sentir “próximos a felicidade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário