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segunda-feira, novembro 16, 2015

Um caminho conhecido e sem surpresas.

Entre as vertentes da serra há muitas veredas. 

São estradas, estradinhas, caminhos, trilhas e trilhos. As três primeiras são seguras, livres de veículos motorizados e sempre ligam uma sede de município a outra ou a algum arraial num distrito. 

Mas as duas últimas são traiçoeiras e andar ou pedalar nelas precisa ter como guia alguém que conhece, já passou mais de uma vez e tem boa memória. Foi por isso que nos perdemos ontem.

Era um sonho antigo de ZéAdal chegar à Ipiabas passando pelo velho túnel da estrada de ferro abandonada. Quase uma dezena de vezes pedalei pela serra de Ipiabas, mas não encontrava o momento certo de achar esta vereda. Ontem, 14/11/2015, cercado de quatro amigos aventureiros e com bastante informação pegada na internet, voltamos à serra.

Chegamos rapidamente em Dorândia, fizemos um lanche e tocamos por uma trilha chamada Avestruz. Toda serra, como uma rainha, nos obriga a passar antes por sua corte de morros, então subimos e subimos. Passamos a primeira vertente que sai no asfalto Barra-Ipiabas antes da serra e continuamos fazendo força nos pedais. 

Então, quando chegamos numa velha fazenda entramos pelo caminho que sempre quis conhecer.

Uma manada corria na nossa frente sujando o chão de bosta fresca que com o rolar dos pneus vinha parar na nossa cara ou nas costas da camisa. Afinal, chegamos ao lago que se vê bem pelo satélite do computador. 

Agora era que começava o problema. A gente estava de um lado de uma vertente e o caminho para o túnel ficava num vale do outro lado do morro. Tínhamos de vencer a alta colina, mas nem trilho de boi havia direito. 

Os colegas viram um caminho que margeava os morros seguindo um riacho. Já vira este filme: trilho em pé de morro e na beira de riacho vira sempre atoleiro e mato fechado. Seguimos na fé e não deu outra. Estávamos perdidos.


Um aventureiro não volta caminho, então seguimos vadeando rio, 

passando bambuzal, andando sobre leito seco de rio 

até achar um caminho que nos levasse para o outro lado. Achamos e aí foi subir muito até pegar a estradinha lá nos altos dos morros. 

Conseguimos! Então foi pedalar até a pedreira do Gavião 

e do túnel. 

Missão cumprida, como disse o amigo Ademar, fomos almoçar para voltar por um caminho conhecido e sem surpresas.     

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