Entre as vertentes da serra há muitas veredas.
São estradas,
estradinhas, caminhos, trilhas e trilhos. As três primeiras são seguras, livres
de veículos motorizados e sempre ligam uma sede de município a outra ou a algum
arraial num distrito.
Mas as duas últimas são traiçoeiras e andar ou pedalar nelas
precisa ter como guia alguém que conhece, já passou mais de uma vez e tem boa
memória. Foi por isso que nos perdemos ontem.
Era um sonho antigo de ZéAdal chegar à Ipiabas passando pelo
velho túnel da estrada de ferro abandonada. Quase uma dezena de vezes pedalei
pela serra de Ipiabas, mas não encontrava o momento certo de achar esta vereda.
Ontem, 14/11/2015, cercado de quatro amigos aventureiros e com bastante
informação pegada na internet, voltamos à serra.
Chegamos rapidamente em Dorândia, fizemos um lanche e
tocamos por uma trilha chamada Avestruz. Toda serra, como uma rainha, nos
obriga a passar antes por sua corte de morros, então subimos e subimos. Passamos
a primeira vertente que sai no asfalto Barra-Ipiabas antes da serra e
continuamos fazendo força nos pedais.
Então, quando chegamos numa velha fazenda
entramos pelo caminho que sempre quis conhecer.
Uma manada corria na nossa
frente sujando o chão de bosta fresca que com o rolar dos pneus vinha parar na
nossa cara ou nas costas da camisa. Afinal, chegamos ao lago que se vê bem pelo
satélite do computador.
Agora era que começava o problema. A gente estava de um
lado de uma vertente e o caminho para o túnel ficava num vale do outro lado do
morro. Tínhamos de vencer a alta colina, mas nem trilho de boi havia direito.
Os colegas viram um caminho que margeava os morros seguindo um riacho. Já vira
este filme: trilho em pé de morro e na beira de riacho vira sempre atoleiro e
mato fechado. Seguimos na fé e não deu outra. Estávamos perdidos.
Um aventureiro não volta caminho, então seguimos vadeando
rio,
passando bambuzal, andando sobre leito seco de rio
até achar um caminho
que nos levasse para o outro lado. Achamos e aí foi subir muito até pegar a
estradinha lá nos altos dos morros.
Conseguimos! Então foi pedalar até a
pedreira do Gavião
e do túnel.
Missão cumprida, como disse o amigo Ademar,
fomos almoçar para voltar por um caminho conhecido e sem surpresas.
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