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segunda-feira, janeiro 25, 2016

Samarco e as tartarugas marinhas

Depois de Guarapari, nos Passos de Anchieta, passamos em frente ao portão de uma grande fábrica, a Samarco. 

Perguntei aos colegas: Já vi esse nome, é empresa de quê? Edinho respondeu: É a mineradora que provocou aquele desastre em Mariana, ‘seu’ Zé!
Sim, claro: mas o que a Samarco está fazendo ali? Ao entardecer, sentado diante do mar que batia em ondas ritmadas na areia da praia de Anchieta, o jovem dono do bar explicou.

O minério vem bem diluído de Mariana para Anchieta por enorme duto com 400 km de extensão. Aqui ele é aquecido e pelotizado. O ferro é transformado de areia em pelotinhas. É exportado dessa forma. A empresa tem aqui mais de 3000 funcionários, fora os terceirizados de limpeza, segurança, etc. Todo mundo foi colocado em férias coletivas e estão recebendo mil e poucos reais. Se ao final de quatro meses a mineradora, lá em Minas, não voltar a produzir todo mundo será despedido.
Depois de uma noite bem dormida voltamos a pedalar no domingo. Fizemos um caminho diferente, mais nos Passos de Anchieta, quer dizer, menos asfalto e mais estrada de chão a beira mar. 

Vínhamos voando por uma estradinha cheia de costelinhas quando tivemos de frear bruscamente. No meio de dunas e mata de restinga uma loja envidraçada com exposição sobre tartarugas marinhas nos chamou atenção. 

Aquelas praias são pontos de desova. E sabe quem financia o trabalho de proteção, coleta de ovos e devolução das tartaruguinhas ao mar? Isso, mesmo, a famigerada Samarco. 

Que trabalho lindo! Vimos uma enorme tartaruga verde empalhada, 

maquetes dos bichinhos saindo do ninho 

e correndo para o mar, os crânios de diversos tamanhos,

e réplicas dos diversos tipos de tartarugas que depositam seus ovos naquelas praias desertas.

Então, é o que a gente sabe: ninguém é inteiramente bom ou completamente mau.   

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