De cada vez que pedalo pelas terras de Minas Gerais menos
compreendo a façanha de 7 amigos: João Bosco, Dunga, Pedrão, Peixe, Nilson,
Edinho e Reginaldo, que andaram 1.200 km pelas estradas mineiras. Por sua
formação geológica, esse meio do Brasil tem raros trechos de estradas plainas,
o comum são subidas desgastantes e descidas violentas.
É pedra para todo lado que se olha, dos altos das serras,
ao
leito dos ribeiros,
ao chão dos caminhos, salpicados de pedrinhas erodidas dos
grandes granitos,
que até são usadas para fazer móveis,
os homens primitivos usavam como murais
e, num lugar assim até o rosto do ciclista vira uma máscara pétrea.
Vencer distâncias naquelas lonjuras requer um tempo muito
maior do que por aqui. Não adianta falar: vou fazer 70km em 5 horas, como é por
aqui, lá a noite cai e ainda não chegamos ao destino.
Gosto de pedalar e por mim estaria cercado de amigos
trocando ideias e fazendo brincadeiras, mas quando não se encontra um então o
jeito é rodar sozinho. Para ocupar a mente enquanto os pés forçam
automaticamente os pedais, gosto de pensar um tema, um assunto, filosofar.
Também descobri que a prática de rezar o Rosário nos faz um imenso bem. Tudo
isto eu fiz, mas quando as sombras da noite desciam e não chegava à Carrancas,
encontrar assim, como se fossem colocados por Deus naquela lugar, dois
ciclistas sorridentes foi o coroamento do pedal de sábado, 5/12/2015.
Um comentário:
Fomos nós a receber o presente. Sua fibra, garanto, nos motivará para sempre. Saliento, ainda, o fato de que poucas práticas esportivas podem propiciar momentos como o que vivemos naquele dia.
Forte abraço,
Gilberto.
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