Não consegui
aprender a tocar violão, apesar de tocar violino desde garoto. Expliquei pra
mim mesmo que a dificuldade resultou do professor não me ter ensinado logo a
acompanhar alguma música. Ficava só fazendo exercícios e isso não dava prazer.
O mesmo
acontece com outra coisa qualquer, inclusive a bicicleta. Se você ficar andando
daqui pra li, nos mesmos lugares e no meio do trânsito caótico, então não
demora a bike vai ficar enferrujando na garagem. Mas se você sai pedalando
livre descobrindo outros caminhos tem uma alegria imensa. Foi o que aconteceu
ontem comigo e mais três amigos. Descobrimos um caminho lindo para chegar em
Santa Isabel do Rio Preto, passando por cima da serra de Amparo.
Depois de
uma tempestade furiosa no dia anterior deixamos o asfalto e enveredamos pela trilha
da fazenda Bonsucesso esperando encontrar muito barro, mas a estrada recoberta
de sílica estava seca e boa de pedalar.
Começamos a
subida. Primeiro se corre pelo pé da serra, depois começa a subida
forte. Passamos o sítio de ‘seu’ Osmar Joaquim e pegamos água com o filho dele,
Giovani.
Um mar de
morros se estendeu diante de nossos olhos e nossa vista alcançava cada vez mais
longe no horizonte.
Lá em cima, onde só um trilho bem marcado mostra o caminho
encontramos ‘seu’ Osvaldo Marins que todos os dias desce e sobe em seu cavalo
levando leite.
Chegamos ao alto e tiramos fotos cheios de orgulho.
Então
viramos a serra e tocamos por uma estrada que vai para Santa Isabel. São
subidas e descidas intermináveis. Pegamos um descidão por um trilho estreito com o despenhadeiro bem a nossa direita. Então, depois de rodar 20 km encontramos
atoleiros quase intransponíveis. Mas chegamos à cidadezinha e almoçamos uma
comida muito gostosa.
Então veio a
volta, mas 45 km de asfalto. Porém, tudo isso foi feito com a mesma leveza de quem toca
um violão com técnica, amor e alegria.
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